Título: FALTA POUCO PARA ACORDO MERCOSUL-UE
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Fonte: O Globo, 18/05/2006, Economia, p. 30

RIO e BRASÍLIA. O diretor-geral do Departamento de Negociações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores, Regis Arslanian, disse ontem que o Brasil e o Mercosul podem fechar o acordo de livre-comércio com a União Européia (UE) tão logo sejam definidas as condições da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC). O governo brasileiro, informou, espera que o impasse se resolva nos próximos um ou dois meses:

¿ Caso se definam nos próximos um ou dois meses as modalidades da Rodada de Doha, temos todas as condições de fechar o acordo com a UE. Todos os capítulos dos acordos setoriais do livre comércio estão prontos, como barreiras técnicas, solução de controvérsias, regras de origem. Falta ver quais serão os benefícios (oferecidos pelos europeus ao Mercosul) em agricultura.

Já as discussões para criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), segundo o embaixador, permanecem emperradas em razão de os Estados Unidos estarem obrigados, pelo acordo do Nafta, a negociar unicamente as questões comerciais. Os EUA querem inserir temas como propriedade intelectual, compras governamentais e disciplinas de investimentos e serviços, com as quais o Brasil não concorda, acrescentou Arslanian.

O embaixador participou, ao lado do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, do terceiro e penúltimo dia da 18ª edição do Fórum Nacional. Este ano, o evento foi marcado pela ausência maciça de autoridades do governo Lula. Cinco dos nove ministros, dirigentes e assessores de primeiro escalão convidados a participar do evento não compareceram. As ausências foram tratadas como coincidência pelo Executivo.

Fontes do governo alegaram compromissos inadiáveis para explicar as ausências dos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Celso Amorim (Relações Exteriores) e de Henrique Meirelles (presidente do Banco Central). O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, também faltou. Os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Fernando Haddad (Educação) e os presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e do BNDES, Demian Fiocca, estiveram no Fórum.