Título: ALCKMIN TELEFONA DURANTE ENTREVISTA
Autor:
Fonte: O Globo, 20/05/2006, O País, p. 16

Ligação é feita um dia depois de governador reclamar de falta de apoio na crise

BELÉM. Um dia depois de o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, insinuar que seus aliados o deixaram só na crise da segurança no estado, o ex-governador Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, tentou mostrar solidariedade com o sucessor. Às 10h45m, enquanto visitava o porto da Albras/Alunorte no Pará, Alckmin recebeu um telefonema do governador de Lembo. A conversa durou cerca de cinco minutos. Além de falar sobre possíveis alianças e coligações no Amapá e em Belém, Alckmin ouviu um breve relato das ações contra a onda de violência na cidade e no estado. ¿O senhor sabe o que faz. Pode contar comigo¿, encerrou Alckmin.

Depois, voltou a defender as ações de enfrentamento da polícia, que já resultaram em pelo menos 107 mortes.

¿ Tem de pôr o dedo na ferida, tem que enfrentar e desorganizar o crime organizado. É claro que vai haver reação dos criminosos, mas essa é a única forma de atuação possível. Enfrentando o crime organizado há uma redução no índice de criminalidade.

Alckmin disse que, se eleito, pretende mudar a legislação para ser mais rigoroso com o crime porque, segundo ele, a lei é dura para o crime pequeno e branda para o crime organizado. Alckmin citou o tráfico de armas e a lavagem de dinheiro como algumas das principais ameaças à segurança pública. Mas o candidato do PSDB evitou fazer críticas diretas ao governo federal.

¿ Tenho evitado qualquer declaração que leve a confronto político. Esse é um momento em que devemos dar as mãos e fazer um mutirão em prol da segurança.

Além de poupar Lula, depois da troca de acusações dos últimos dias, Alckmin justificou as críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à conduta da polícia paulista, rebatidas por Lembo:

¿ O ex-presidente está fora do país e talvez por isso não esteja acompanhando mais de perto o que está ocorrendo no dia-a-dia aqui.