Título: O MOVIMENTO DOS SEM-PORTO
Autor: Mariza Louven, Luciano Rodrigues e Érica Ribeiro
Fonte: O Globo, 21/05/2006, Economia, p. 33

Pequenos produtores querem investir US$200 milhões num porto público

O consórcio Renavi-Ecomineral quer ser a terceira via entre a Companhia Vale do Rio Doce e a CSN na exportação de minério de ferro por Itaguaí. O grupo vai disputar a licitação, prevista para este semestre, para construir e operar o primeiro porto público do local, um investimento de US$200 milhões.

Os quatro terminais existentes em Itaguaí são propriedade da CSN, da Vale ou de suas controladas. Por ali, a Vale exporta minério de ferro e a CSN está investindo R$460 milhões para que o seu terminal de importação de carvão passe a levar o minério de ferro de sua mina de Casa de Pedra, Minas Gerais, para o exterior.

¿ Produzimos oito milhões de toneladas de minério, temos capacidade para 20 milhões, mas só exportamos 1,5 milhão pelo terminal da Vale ¿ diz o presidente da Ecomineral, Cesar Quintana Pires.

O consórcio, formado dentro da economia solidária (negócios geridos por trabalhadores), está se associando a pequenos produtores de minério de ferro e de outros metais que também não têm por onde exportar. Mas não são os únicos. As siderúrgicas Gerdau, Vallourec & Mannesman, Belgo Mineira, Acesita, Barra Mansa e Villares também buscam um porto próprio no estado.

¿ O setor já manifestou à Docas o interesse de ter um terminal em Sepetiba. É uma questão estratégica ¿ diz o vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), Marco Polo de Mello Lopes. (ML)