Título: CESAR VÊ CHANCE DE SEGUNDO TURNO PARA TUCANO
Autor: Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 26/05/2006, O País, p. 8

Prefeito diz que Alckmin tem de 'parar de fazer besteiras para não jogar fora a possibilidade'

Debruçado sobre as pesquisas eleitorais feitas pelo Datafolha e pelo Sensus, o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), concluiu que Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, tem grandes chances de chegar ao segundo turno, apesar dos resultados favoráveis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pefelista, porém, fez um alerta: esse favorecimento só acontecerá se o PSDB "parar de fazer besteiras para não jogar fora a possibilidade de segundo turno". E recomendou: "a campanha de Alckmin precisa sangrar Lula".

Mais críticas a Tasso Jereissati

Cesar, que tem sido um dos principais críticos da pré-campanha tucana, voltou a atacar o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que, para ele, adota estratégia errada ao tentar alianças com partidos como o PPS já no primeiro turno:

- Isso é um erro abissal. Se fazem essa aliança vão criar a sensação de que a eleição termina no primeiro turno - afirmou, ressaltando que "espera, torce e faz força" para a aliança PFL/PSDB não cair por terra.

O prefeito avisou que continuará a criticar enquanto não houver um comando único de tucanos e pefelistas na disputa eleitoral nacional:

- Não aceitaremos a tentativa do PSDB de colocar o PFL na garupa, usar o tempo de TV e depois abrir uns espaços no governo. O PFL quer uma Concertación chilena (aliança de democratas-cristãos e socialistas que governa o Chile). Uma chapa só de dois partidos. Um governo só de dois partidos, somando aliados do segundo turno. Um comando politico só. Um comando de campanha só.

Mais cedo, em entrevista à Rádio CBN, Cesar Maia reiterou seu apoio a Alckmin, mas lembrou que ele "não sai competitivo, como sairia o José Serra":

- Alckmin não é Fernando Henrique. Não se trata aí de uma personalidade internacional, que em função disso produz um quatro suprapartidário em torno de si mesmo.

Para o prefeito do Rio, "uma das grandes notícias" das pesquisas foi o fato de votos nulos e em branco não terem crescido, o que, segundo ele, é peça importante para o segundo turno. Em seu ex-blog, o pefelista afirmou que as sondagens indicam que é impossível que quando Alckmin seja conhecido pelos eleitores ele não mude de patamar, subindo cinco pontos.

- Dos que dizem não votar em Alckmin no Sensus, deve-se retirar os que não o conhecem. Temos liquidamente 27% contra 34% de Lula. Pelo Datafolha 27% dizem que não votarão em Lula de jeito nenhum e 14% em Alckmin. A pergunta com "de jeito nenhum" é mais clara que a da Sensus ("não votaria").

Cesar avaliou ainda que Lula está com gordura, produto do desconhecimento relativo dos demais candidatos.

- Admitindo-se realisticamente que sua avaliação está no teto, a diferença para o segundo turno cairia na melhor hipótese para 4 pontos, ou 2 pontos a serem tomados dele. Se Alckmin avançar 5 pontos haverá segundo turno.

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'Bombeiro' de Alckmin no Rio

SÃO PAULO. O ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB a presidente, mandou ontem ao Rio de Janeiro como bombeiro o ex-secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo João Carlos Meirelles, um dos coordenadores de sua campanha, para conversar com o prefeito Cesar Maia (PFL) e aparar as arestas do partido com os pefelistas. Cesar tem feito duras críticas aos tucanos e ao comando da candidatura de Alckmin. Ao fim do encontro com o prefeito do Rio, Meirelles disse que não há crise:

- Cesar Maia tem total disposição de ajudar Geraldo Alckmin.

Além de Cesar, Meirelles almoçou com o vice-prefeito Otávio Leite e o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia.