Título: SUZANE VON RICHTHOFEN SÓ DEIXARÁ PRISÃO HOJE
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Fonte: O Globo, 29/05/2006, O País, p. 5

Juiz retarda em dois dias a saída de jovem do Centro de Ressocialização de Rio Claro

SÃO PAULO. Somente hoje o juiz Richard Francisco Chequini, do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, deverá assinar o alvará de soltura de Suzane von Richthofen. Ela deveria ter deixado no fim de semana o Centro de Ressocialização de Rio Claro (a 175 km da capital paulista) para aguardar o julgamento, marcado para a próxima segunda-feira, em prisão domiciliar na residência do advogado Denivaldo Barni, no bairro do Morumbi, em São Paulo, mas o juiz resolveu retardar em dois dias a saída da jovem. Ela é ré confessa de participação no assassinato dos pais, Manfred e Marisia von Richthofen, em outubro de 2002.

A decisão de que ela deveria deixar a cadeia foi tomada sexta-feira pelo ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, de acordo com o advogado de Suzane, Mário Oliveira Filho, houve ¿má vontade¿ da Justiça paulista na liberação da jovem.

No fim da tarde de ontem, toda a documentação para a saída de Suzane da cadeia de Rio Claro havia sido liberada. A direção do presídio feminino, no entanto, aguardava para permitir que ela retornasse à casa do advogado Barni, que se apresentou como tutor de Suzane.

Desde a tarde de sexta-feira, Suzane está em alojamento individual, aguardando o alvará de soltura. A determinação do STJ, era de que ela saísse, ¿no máximo¿, 24 horas após o juiz do processo ser informado sobre a concessão do habea- corpus. Isso deveria ter ocorrido até as 17h de sábado. A burocracia judicial, porém, impediu que a documentação fosse liberada ontem.

Casal foi morto com golpes de barras de ferro

Embora tenha sido dia de visitas na cadeia de Rio Claro ontem, Suzane não recebeu ninguém. Pela manhã, ela chegou a sair do alojamento e sentar-se em um dos bancos do pátio, mas não conversou com ninguém. Na segunda-feira que vem, começará o julgamento dela e dos irmãos Christian e Daniel Cravinhos no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

Marisia e Manfred von Richthofen foram mortos a golpes de barras de ferro na madrugada de 31 de outubro de 2002 pelos irmãos Cravinhos enquanto dormiam. Em 9 de abril deste ano, Suzane chegou a apareceu em uma entrevista no ¿Fantástico¿, da TV Globo, na qual era orientada por seus advogados a chorar e dizer que foi induzida pelos irmãos a cometer o crime e até a usar drogas. Um microfone do programa, no entanto, captou as conversas e revelou toda a farsa no depoimento.