Título: PFL E PSDB SE REÚNEM EM CLIMA AINDA TENSO
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Fonte: O Globo, 30/05/2006, O País, p. 10

Encontro vai traçar estratégias para Alckmin; Cesar Maia critica gestão de Aécio em Minas

BRASÍLIA. Uma semana depois de uma acalorada troca de farpas, pefelistas e tucanos se encontram hoje na primeira reunião do Conselho Político que vai traçar a estratégia para recuperação da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência. Nesse primeiro encontro, a idéia é aparar as arestas e botar panos quentes na difícil relação do prefeito do Rio, Cesar Maia, e de seu filho, o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati. Mas o clima ainda é de tensão e animosidade.

O vice na chapa de Alckmin, o senador pefelista José Jorge (PE), e o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), vão dispostos a atuar como bombeiros. Ontem, Cesar Maia voltou suas baterias contra o governador de Minas, Aécio Neves, dizendo que ele não está conseguindo reduzir e acertar as contas no estado: "Depois de três anos de governo ainda não conseguiu reduzir o desequilíbrio financeiro que recebeu", diz Maia em seu ex-blog.

A assessoria de Aécio reagiu a Cesar, que divulgou o resultado das contas do governo mineiro, apontando um déficit de caixa de R$2,9 bilhões, incluindo os restos a pagar não processados (dívidas de exercícios anteriores). Em nota, a assessoria afirma que o déficit mencionado é financeiro, que inclui o estoque das dívidas do estado, e não orçamentário (receita menos despesas do exercício). E destaca que em 2005 a situação das contas melhorou em relação ao ano anterior.

Mas o clima continua ruim mesmo é entre o deputado Rodrigo Maia e o senador Tasso - os dois participam do Conselho Político. O líder do PFL diz que está disposto a deixar a confusão para trás, mas mostra que ainda está engasgado com as ironias de Tasso, que se referiu a ele e ao pai como "meu paipai e meu garoto".

- Em se tratando do presidente de um partido, eu fiquei mais perplexo que chateado. Ele se diminuiu ao usar de ironias e piadas - disse Rodrigo Maia.

Líder tucano admite que é difícil aparar arestas

Tasso tem evitado nos últimos dias alimentar a polêmica. O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), concorda que é hora de discutir os reais problemas da candidatura Alckmin e que todos estão dispostos a aparar as arestas, mas admite que não é fácil.

- Se uma crítica pessoal é pública, a reação é necessariamente pública e proporcional ao peso do ataque - disse o senador, que também participa do Conselho Político.

Participam ainda do Conselho os líderes da Minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), e do PSDB no Senado, Arthur Virgilio (AM), e os coordenadores Heráclito Fortes (PFL-PI) e Sérgio Guerra (PSDB-PE), além dos presidentes dos dois partidos e dos candidatos.

Na reunião de hoje tucanos e pefelistas pretendem construir um cronograma de prioridades para a campanha. A primeira delas é sobre o aproveitamento dos programas de TV que PFL e PSDB vão exibir em junho.

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