Título: DÓLAR VOLTA A SUBIR E FECHA COTADO A R$2,275, EM DIA DE POUCOS NEGÓCIOS
Autor: Diogo de Hollanda
Fonte: O Globo, 30/05/2006, Economia, p. 20

Feriado em Londres e NY reduziu negócios. Bovespa cai 1,25%

Depois de cair na quinta e na sexta-feira, o dólar comercial voltou a subir ontem e fechou em alta de 1,52%, vendido a R$2,275. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que havia reagido nos dois últimos dias da semana passada, perdeu força e encerrou em baixa de 1,25%, aos 38.145 pontos. O risco-Brasil ficou estável em 269 pontos centesimais.

Com as bolsas de Nova York e Londres fechadas devido a feriados, o mercado brasileiro ficou sem suas principais referências externas. Diante disso, o volume financeiro da Bovespa limitou-se a R$935 milhões (cerca de um terço da média diária, de aproximadamente R$3 bilhões). O mercado cambial também esteve distante da liquidez de costume.

- É difícil fazer análises com um volume tão baixo de negócios, mas o mercado está longe de estar calmo - disse Tommy Taterka, operador da corretora Concórdia.

Desde o último dia 10, os mercados enfrentaram movimentos bruscos dos investidores, com os temores de que os Estados Unidos continuem elevando sua taxa básica. Nações emergentes tendem a perder aplicações em caso de juros mais altos nos EUA.

Bolsa de São Paulo estuda abrir seu capital

O economista-chefe da corretora Liquidez, Marcelo Voss, observou também a tendência de cautela dos investidores diante de uma semana recheada de indicadores e eventos importantes. Amanhã, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) divulgará a ata da sua reunião de 10 de maio, em que elevou os juros americanos para 5% ao ano, e poderá dar alguma pista sobre os rumos da política monetária americana.

Também serão conhecidos indicadores de produtividade, confiança do consumidor e mercado de trabalho nos Estados Unidos. No Brasil, os destaques serão a divulgação amanhã do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto das riquezas produzidas no país) do primeiro trimestre e a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) para definir a nova taxa básica de juros (Selic).

Mesmo com o aumento das incertezas sobre o mercado internacional, os especialistas brasileiros ainda esperam que o Copom reduza a Selic, em 0,5 ponto percentual, segundo a pesquisa semanal Focus do Banco Central, divulgada ontem. A taxa atual é de 15,75% ao ano.

A Bovespa e a Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) formaram um grupo de trabalho para estudar a sua abertura de capital, segundo comunicado divulgado ontem. De acordo com a Bovespa, cerca de 70% das bolsas de valores do mundo já são empresas de capital aberto (com ações negociadas no mercado).

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