Título: IRMÃOS CRAVINHOS SERÃO TRANSFERIDOS PARA SÃO PAULO POR DECISÃO DA JUSTIÇA
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Fonte: O Globo, 31/05/2006, O País, p. 12

Secretaria de Administração Penitenciária não informa onde eles ficarão

SÃO PAULO. Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos devem ser transferidos hoje do presídio de Itirapina, no interior do estado, para a capital paulista. A informação foi dada pelo juiz Alberto Anderson Filho, que presidirá o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos.

Suzane, Cristian e Daniel são réus confessos do assassinato do casal Marísia e Manfred von Richthofen, pais da jovem. Segundo Anderson Filho, a transferência foi acertada, mas ele não sabe onde os irmãos ficarão presos. A secretaria de Administração Penitenciária não confirma a transferência.

- Com os dois aqui, os advogados de defesa poderão conversar com eles - disse o juiz, referindo-se à alegação do advogado Geraldo Jabur de que poderia pedir o adiamento do julgamento, marcado para 5 de junho, porque não conseguiu conversar com seus clientes por causa da greve dos agentes penitenciários.

A defesa dos Cravinhos pediu ao Superior Tribunal de Justiça o benefício da prisão domiciliar - que já foi concedida a Suzane. O juiz disse que, se o STJ decidir pela prisão domiciliar, a decisão será cumprida. Anderson Filho não cogita adiar o julgamento.

- O fato (assassinato) ocorreu e o julgamento terá de ocorrer. Criar incidente para adiá-lo é bobagem. É preciso respeito pelo trabalho para organizá-lo.

Vizinhos de advogado de Suzane estão inconformados

Durante o julgamento, Suzane poderá voltar à casa do advogado Denivaldo Barni, onde cumpre prisão domiciliar. Cristian e Daniel ficarão sob custódia.

O crime ocorreu em agosto de 2002 e, na época, Suzane namorava Daniel. Ela afirma que facilitou a entrada dos irmãos na casa e ajudou a forjar um roubo. O casal foi morto pelos irmãos na cama em que dormia, com golpes de barras de ferro.

No prédio do Morumbi onde mora o advogado Denivaldo Barni, os moradores estão inconformados. Suzane deixou anteontem o Centro de Ressocialização de Rio Claro (a 175 Km da Capital). A mãe de uma moradora contou que não se sentiu confortável em saber que poderia encontrar Suzane no corredor. Outro morador disse que o fato de Suzane estar no prédio deixa o ambiente tenso. Durante todo o dia de ontem, Suzane não recebeu visita, mas pôde contar com a companhia de Vera, mulher de Barni, de um casal de idosos e de mais uma mulher.