Título: INDÚSTRIA CRITICA DECISÃO
Autor: Patrícia Duarte
Fonte: O Globo, 01/06/2006, Economia, p. 25

Para Fecomércio, freio custa caro ao país

SÃO PAULO. O corte na Selic não surpreendeu, mas causou reações diferentes entre os dirigentes da indústria, do comércio e das centrais sindicais. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamentou a decisão e acusou o Banco Central de levar em conta a volatilidade que atingiu os mercados internacionais, sem considerar "as condições favoráveis" da economia brasileira. Já para o economista Antonio Corrêa de Lacerda, diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), de novo predominou o conservadorismo:

- Havia espaço para redução da Selic em, pelo menos, 0,75 ponto, mas o que vimos foi uma exagerada cautela.

Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) viu com naturalidade a desaceleração no ritmo, em face da volatilidade externa. Mas cobrou a continuidade da redução "sob pena de a retomada da atividade econômica, evidenciada pelo resultado do PIB no primeiro trimestre, perder fôlego".

O presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, afirma que a decisão foi um freio do qual o Brasil não precisava.

- A morosidade na redução da Selic custa caro ao Brasil.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que o governo põe "sobre os ombros dos trabalhadores os efeitos danosos da instabilidade internacional e joga por terra a previsão de um crescimento do PIB entre 4% e 5% este ano". (Ronaldo D'Ercole)