Título: MEIRELLES DIZ QUE ALTA DO PIB MOSTRA `MOMENTO VIGOROSO¿
Autor: Lino Rodrigues
Fonte: O Globo, 03/06/2006, Economia, p. 36

Presidente do BC diz que país está mais bem preparado para ajustes mundiais

SÃO PAULO. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse ontem que o crescimento de 1,4% do PIB no primeiro trimestre do ano mostra que o Brasil está vivendo um ¿momento vigoroso¿ de sua economia. Segundo Meirelles, a média de aumento do PIB brasileiro nos últimos anos comprova que o país passa por uma fase excepcional.

Entre 1999 e 2003, lembrou ele, a média de crescimento do PIB ficou em 1,8%, bem abaixo dos 3,7% registrados entre 2004 e março de 2006. Todos os indicadores macroeconômicos, segundo o presidente do BC, mostram que o país hoje está ¿muito mais bem posicionado¿ para enfrentar ajustes nos mercados internacionais, como ficou claro na volatilidade que atingiu a economia global há uma semana.

Em defesa dos números do PIB brasileiro, Meirelles afirmou que se deve evitar comparações com o PIB de outros países emergentes, que divulgam taxas trimestrais, porém anualizadas. Por esse critério, disse, o PIB do Brasil seria de 5,7% nos 12 meses encerrados em março.

¿ O Brasil está preparado para enfrentar essa mudança do cenário internacional. Uma parte disso, certamente, é pontual, fenômeno de um ajuste. Alguma parte dessa questão é mais estrutural e, portanto, resultado da mudança da política monetária americana ¿ disse.

`Vamos chegar ao padrão internacional de juros reais¿

Hoje, afirmou, o crescimento é liderado pela demanda interna e puxado pelo aumento da renda e oferta de crédito.

¿ Nossa vulnerabilidade caiu muito. Estamos começando a crescer sem crises endógenas ¿ disse Meirelles, que falou a empresários do comércio, durante o lançamento do livro sobre os 50 anos de criação do Serviço de Proteção ao Crédito, da Associação Comercial de São Paulo.

Perguntado sobre a redução menor da Taxa Selic na reunião do Copom, de 0,5 ponto percentual, Meirelles disse que os juros reais continuarão caindo gradualmente, resultado da maior estabilidade da economia e da convergência da inflação para as metas:

¿ Vamos cada vez ter um menor prêmio de risco em conseqüência de uma queda gradual das taxas reais de juros. Devagar vamos chegar aos padrões internacionais.