Título: Marca da indignação em muro pichado
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 04/06/2006, O País, p. 15

Presença de Suzane provoca reações

SÃO PAULO. Enquanto Suzane von Richthofen permanece presa num espaçoso apartamento de três quartos, moradores do prédio de classe média no Morumbi para onde a jovem foi levada há uma semana se dividem entre a indiferença e a revolta com a presença dela. A principal marca da indignação foi deixada no muro de um prédio vizinho, onde foi pichada a palavra ¿assassina¿. Algumas pessoas que passam de carro gritam palavrões.

Vizinha de porta de Suzane, a dona de casa Aparecida dos Santos, de 59 anos, diz que sua rotina não mudou desde a chegada da jovem.

¿ Não ouço nada. Para mim, as coisas continuam normais ¿ diz Aparecida, amiga do casal Denival e Vera Barni, tutores de Suzane, onde ela está em prisão domiciliar.

Não fosse a presença constante de jornalistas na porta do prédio, o clima seria mesmo de normalidade. Carros da polícia só foram vistos no dia em que Suzane foi transferida de uma penitenciária de São Carlos, no interior paulista, para o Morumbi.

O casal Barni costuma manter a porta que dá acesso à sacada e as janelas fechadas porque mantêm os pássaros livres dentro de casa. Os pássaros só voltam para a gaiola no fim da manhã e da tarde, quando eles abrem o apartamento para entrada do sol, segundo vizinhos. Muitos deles se dizem revoltados com a presença de Suzane. Para eles, ela deveria ter permanecido na prisão em São Carlos.