Título: OPERAÇÃO PENTE-FINO EM PRESÍDIO DE CAMPO GRANDE
Autor: Ricardo Galhardo
Fonte: O Globo, 07/06/2006, O País, p. 13

Policiais apreenderam 46 celulares e 90 armas artesanais com presos que se rebelaram

CAMPO GRANDE. Trezentos policiais (entre federais, militares, civis e da Força Nacional de Segurança) fizeram ontem uma operação pente-fino no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande (MS). A operação, que começou a ser organizada de madrugada, terminou às 13h30m, tendo como resultado a apreensão de 46 aparelhos celulares e 90 chuchos (facas e lanças artesanais). Nesse pavilhão ficam os presos mais perigosos. Ele foi parcialmente destruído durante a rebelião do último dia 14.

Logo que os policiais entraram no prédio, os presos começaram a jogar fora das celas produtos de uso proibido, como celulares, chuchos e drogas. Todos foram retirados para a quadra de esportes, onde ficaram nus durante toda a operação. Enquanto um grupo revistava as celas, outro grupo realizava, junto com uma equipe da Polícia Federal de Brasília, o cadastramento eletrônico dos presos, tirando fotos e impressões digitais dos presos. O aparelho permite checar na hora se o preso não está usando nome de outra pessoa.

A medida serviu também para verificar se não houve trocas de presos ou se nenhum detento fugiu no meio das visitas, depois da rebelião do dia 14. O serviço de inteligência havia recebido informações de que haveriam pelo menos duas armas de fogo em poder dos presos, mas elas não foram encontradas. À tarde os policiais iniciaram um pente-fino no Pavilhão 1. A previsão era de que o serviço só fosse concluído à noite.

Foram definidas várias medidas como forma de punição aos detentos pela rebelião do dia 14. As visitas serão em dias diferentes. O banho de sol será de apenas uma hora, não haverá mais trabalhos religiosos, educacionais e nem laboral (serviços prestados dentro do presídio que refletiam na redução da pena). As visitas de menores, que eram aos sábados e às quartas-feiras, estão suspensas por um prazo indeterminado e os visitantes não poderão mais levar nada para os detentos. Antes eles podiam levar comida e produtos de higiene, como sabonete e papel higiênico.