Título: BIRD VAI LIBERAR US$1,1 BI EM PROJETOS PARA A REDUÇÃO DA POBREZA NO BRASIL
Autor: Martha Beck
Fonte: O Globo, 07/06/2006, Economia, p. 23

Programas de estímulo a investimento e logística terão US$605 milhões

BRASÍLIA. A diretoria-executiva do Banco Mundial (Bird) aprovou ontem três empréstimos, no total de US$1,1 bilhão, para apoiar projetos nas áreas de infra-estrutura e redução da pobreza no Brasil. Do total autorizado, US$605,1 milhões serão utilizados em programas de estímulo ao investimento e à redução de custos na área de logística.

Segundo o Bird, nesse conjunto de ações estão, por exemplo, medidas que podem reduzir em 40% o tempo de liberação alfandegária de mercadorias; em 10% os custos de manuseio dos contêineres nos portos; e em 5% o custo do transporte rodoviário.

¿ Os empréstimos podem ajudar o Brasil a atingir uma taxa média de crescimento anual de 4% (do PIB) ou mais nos próximos cinco anos ¿ afirmou o diretor da instituição para o Brasil, John Briscoe.

Banco vem se concentrando na área de infra-estrutura

Outros US$501,25 milhões serão destinados ao Programa de Manutenção e Recuperação de Rodovias Federais. E US$37,5 milhões servirão para a ampliação do Projeto de Redução da Pobreza Rural no Ceará.

A diretoria do Banco Mundial também discutiu ontem o Relatório sobre o Progresso da Estratégia de Apoio ao País (EAP), que avalia o andamento do programa da instituição para o Brasil. O Bird vem mudando sua forma de atuação no país: está reduzindo o número de empréstimos e se concentrando em grandes obras de áreas como infra-estrutura.

Segundo Briscoe, a idéia é que o novo programa ajude o governo a superar desafios como, por exemplo, promover o crescimento econômico em um ambiente em que os investimentos públicos são limitados por restrições fiscais. Ele afirmou que os recursos do Banco não precisam ser aplicados de forma pulverizada. O Bird financia hoje 48 projetos de todos os portes com os governos federal, municipal ou estadual, em 23 estados.

¿ O programa está muito disperso, em quase todos os setores e estados. Mas nem todos os estados nem todas as áreas precisam do Banco. Ele ficará menor, mas será mais ambicioso ¿ afirmou o diretor, lembrando, no entanto, que não haverá redução do US$1,5 bilhão a US$2 bilhões que são aplicados no país anualmente.