Título: Polícia leva 537 integrantes do MLST para penitenciária
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 08/06/2006, O País, p. 9

Militantes foram autuados por formação de quadrilha

BRASÍLIA. A polícia autuou e prendeu 537 militantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) pela invasão e destruição das dependências da Câmara. Eles vão responder pelos crimes de dano ao patrimônio público, formação de quadrilha e corrupção de menores, uma vez que 42 crianças e adolescentes acompanhavam o grupo, totalizando 579 pessoas. O balanço foi divulgado pela Polícia Civil do Distrito Federal, que auxilia a Polícia Legislativa.Todos seriam levados a uma nova ala da Penitenciária da Papuda e, segundo a polícia, ficariam separados dos demais presos.

O coordenador do MLST e membro da executiva nacional do PT, Bruno Maranhão, e outros dois membros do movimento foram autuados ainda por tentativa de homicídio contra um agente de segurança da Câmara. A polícia vai analisar as imagens de TV e deve ainda autuar por lesões corporais.

O delegado da 2ª Delegacia de Polícia Civil, Antônio Coelho, disse que há imagens do circuito interno da Câmara em que o militante Arildo Joel da Silva aparece atirando a pedra que provocou traumatismo craniano no segurança. Ele nega. Maranhão e Davi Pereira da Silva foram autuados por co-autoria na tentativa de homicídio.

Inquérito deverá ser concluído em dez dias

Ontem às 16h, os sem-terra começaram a ser levados para a penitenciária, onde mais de 500 deles ficariam detidos à disposição da Justiça. Antes fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). Seis adultos não portavam documentos e precisaram ser identificados. Os 42 menores de idade, acompanhados por dez mães, foram liberados já anteontem à noite e dormiram em abrigos do SOS Criança. As mães, porém, seriam autuadas.

O prazo para conclusão do inquérito da Polícia Legislativa é de dez dias. Os sem-terra só poderão ser libertados por decisão da Justiça Federal, uma vez que a Câmara é um prédio federal.