Título: FESTA TUCANA EM MINAS PARA ALCKMIN
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 10/06/2006, O País, p. 13

Candidatura presidencial será formalizada em convenção que também lançará Aécio à reeleição

BELO HORIZONTE. Aliviados com o recuo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cedeu às pressões dos partidos e manteve a interpretação de 2002 para as regras sobre as alianças partidárias, tucanos e pefelistas estão convocando seus principais líderes para a convenção nacional do PSDB que formalizará amanhã a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência e a coligação nacional entre os dois partidos. A festa tucana, que pretende reunir cerca de 10 mil pessoas na capital mineira, custará entre R$600 e R$700 mil e será paga pelos diretórios nacional e estadual, com recursos do Fundo Partidário.

De acordo com o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), será delegado à executiva do partido o poder para oficializar outras alianças, como, por exemplo, a com o PPS. A convenção do PFL, adiada para o próximo dia 21, deverá formalizar a indicação do senador José Jorge (PFL-PE) como vice da chapa.

¿ Nosso próximo passo será montar o comitê central do candidato em Brasília ¿ previu Tasso.

Candidato já escolheu local do comitê em Brasília

O local do comitê já foi escolhido. Será num prédio do senador Paulo Octávio (PFL-DF) no Setor de Indústrias em Brasília, próximo à movimentada Feira dos Importados. Alckmin já teria conhecido o prédio e aprovado a escolha, embora alguns assessores seus considerem o local afastado do centro da cidade e de pouca visibilidade.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, aceitou organizar a convenção nacional do PSDB, que formalizará também seu nome como candidato à reeleição, apesar de seus aliados mineiros terem ponderado que sua candidatura só fosse homologada no fim do mês, numa estratégia para ampliar ainda mais seu arco de alianças no estado.

¿Este será o marco zero da campanha¿

Aécio promete levar pelo menos dez mil militantes para a festa de amanhã e prevê que o lançamento conjunto de sua candidatura e da de Alckmin poderá ajudar a divulgar o nome do candidato do partido à Presidência em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país:

¿ Este será o marco zero da campanha de Alckmin.

Os pefelistas, que chegaram a pensar em desistir da coligação nacional com o PSDB no meio da confusão gerada pela decisão do TSE, também prometem prestigiar a festa tucana, apesar de um grupo significativo do partido ainda continuar sem muito entusiasmo para seguir na campanha do PSDB.

Esse desânimo, dizem os pefelistas nos bastidores, ocorre em parte pelo desempenho fraco de Alckmin nas pesquisas, mas também porque persistem vários problemas nas alianças regionais.

Em Goiás, o PFL está disposto a intervir no diretório estadual para garantir o lançamento da candidatura do senador Demóstenes Torres (PFL-GO) ao governo do estado. Lá, a maioria do partido prefere acompanhar a orientação do governador Marconi Perillo (PSDB) que prega uma aliança em torno do candidato do PP, Alcides Rodrigues, que era seu vice e disputa a reeleição.

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