Título: MLST AGORA DIZ TER SOFRIDO AGRESSÃO
Autor: Tatiana Farah
Fonte: O Globo, 15/06/2006, O País, p. 5
Movimento invadiu, depredou e feriu funcionários da Câmara dos Deputados
BRASÍLIA. Depois de invadir a Câmara, depredar as instalações, quebrar computadores, virar um carro e ferir servidores públicos, a coordenação nacional do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) ontem soltou nota para reclamar do tratamento que militantes teriam recebido das polícias Legislativa e Militar no Ginásio Nilson Nelson e na Penitenciária da Papuda, para onde foram levados depois da invasão e da depredação da Câmara.
Na nota, o MLST divulga as iniciais dos nomes de dez crianças e adolescentes que teriam sido agredidos por policiais. O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), rebateu as acusações também em nota.
¿A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e a Vara da Infância e da Juventude da Justiça do Distrito Federal acompanharam todo o processo sem fazer qualquer ressalva ao tratamento dado aos presos. Não foi registrado qualquer fato que possa ser classificado como abuso de autoridade contra os presos, muito menos como tratamento bárbaro e humilhante¿, diz a nota divulgada pela assessoria de imprensa da presidência da Câmara.
¿A nota do MLST também mente ao dizer que a Polícia Legislativa usou cassetetes e balas de borracha contra os militantes do MLST. A Polícia Legislativa não tem tais objetos entre seus equipamentos¿, afirma a Câmara.
Num texto de duas páginas, o MLST diz que pelo menos dez crianças e adolescentes foram agredidos com cassetetes, tapas e chutes quando estavam no Estádio Nilson Nelson, na noite de terça-feira passada, momentos depois de terem sido presos no Congresso Nacional.
Líder do MLST estava em gabinete de petista
Em outro trecho, os sem-terra reclamam também de várias prisões, sobretudo da detenção de Bruno Maranhão, o principal líder do MLST. Segundo eles, Maranhão não participou dos confrontos com seguranças e policiais da Câmara. No momento do ataque, Maranhão estava no gabinete do deputado Nelson Pelegrino, do PT da Bahia.
Aldo Rebelo classificou as denúncias de mentirosas e disse que uma semana antes encontrara Maranhão num corredor da Câmara e que sempre dialogou com movimentos sociais.