Título: GOVERNO AMPLIA PACOTE AGRÍCOLA PARA ATENDER À REIVINDICAÇÃO DE PRODUTORES
Autor: Martha Beck
Fonte: O Globo, 15/06/2006, Economia, p. 21

Caem juros para financiamento e cresce volume de dívidas prorrogadas

BRASÍLIA. Diante das críticas dos produtores ao pacote de ajuda ao setor agrícola anunciado no mês passado, o governo decidiu ampliar seus benefícios. Entre as novas medidas estão o aumento do volume de dívidas de custeio da safra 2005/2006 que podem ser prorrogadas e a redução das taxas de juros para financiamentos dos programas FAT Giro Rural e FAT Giro Cooperativo.

A mudança da área econômica foi uma vitória do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele vinha insistindo que a crise do setor é uma das mais graves da história do país e, por isso, seria necessária a adoção de medidas adicionais.

No pacote original ¿ que chegava a R$75 bilhões ¿ o governo prorrogou por quatro anos o pagamento de débitos com custeio da safra atual. O montante prorrogado variava de acordo com o produto e a região. No caso da soja, por exemplo, a prorrogação chegava a 50% para Sul e Sudeste e a 80% nas demais regiões. Agora, o percentual subiu de 50% para 55%. Já para o arroz, houve um aumento de 40% para 50% e para o milho, de 20% para 35%.

Foram incluídos novos produtos nesse benefício, como mandioca, sorgo, trigo, carne e leite. O prazo de prorrogação também foi ampliado de quatro para cinco anos.

Os juros do programa FAT Giro Rural cairão de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, hoje em 8,15%) mais 6% ao ano para TJLP mais 3% a 5% ao ano, dependendo do risco para o produtor. Para as cooperativas, o encargo cairá de TJLP mais 8% ao ano para TJLP mais 7,2% ao ano. O Ministério da Fazenda vai ainda propor ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) a criação de um financiamento para compra de insumos.

As mudanças foram preparadas pelos ministérios da Fazenda e Agricultura, representantes do setor rural e parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Segundo nota divulgada, continuarão em estudo medidas estruturais para o setor.