Título: PF: ASSINATURA DE DIMAS É AUTÊNTICA
Autor: Isabel Braga
Fonte: O Globo, 17/06/2006, O País, p. 11

Perícia não afirma, porém, se informações que constam da lista são verdadeiras

BRASÍLIA. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, confirmou a autenticidade da lista atribuída ao ex-diretor de Furnas Dimas Toledo apontando supostas doações de campanha a políticos do PSDB e aliados.

A lista tem nomes de 156 políticos que teriam recebido, em 2002, dinheiro de caixa dois arrecadado por Dimas. De acordo com a lista, o valor total foi de R$40 milhões. A PF informou que a lista entregue pelo lobista Nilton Monteiro é autêntica e traz a assinatura do ex-diretor da estatal. Segundo a PF, não foi detectada montagem no documento, mas não se pode afirmar se as informações contidas na lista são verdadeiras.

A PF suspeita que o documento pode ter sido elaborado para chantagear políticos. Por isso a investigação se concentrará nos contratos de Furnas, da qual Dimas era diretor. A PF quer saber se houve superfaturamento e identificar os beneficiados.

O advogado de Dimas Toledo, Rogério Marcolini, ressaltou que o documento apresentado agora pelo lobista Nilton Monteiro é diferente da primeira cópia, que não teve a autenticidade comprovada pela Polícia Federal.

¿ Trata-se de outro documento, que cuida de corrigir todos os defeitos apontados no laudo anterior. Tudo leva a crer tratar-se de documento feito depois com a reprodução da assinatura de Dimas Toledo. Peritos que examinaram o documento anterior já apontavam a existência de um falsário com habilidade na reprodução de assinatura ¿ disse Marcolini.

Na lista, aparecem entre os beneficiários políticos do PSDB. A avaliação no partido é de que a nova lista tem como objetivo intimidar os tucanos no momento em que a oposição aumentou o tom do discurso contra o presidente Lula.

O governo reagiu:

¿ Essa é uma atitude recorrente no PSDB. Quando a Polícia Federal confirma a lista de Furnas, eles contestam a veracidade. O melhor caminho neste caso seria prestar contas e esclarecer os fatos ¿ rebateu o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).