Título: ALCKMIN DEFENDE LEGALIZAÇÃO DE BINGOS NO PAÍS
Autor: Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 22/06/2006, O País, p. 5

Um dia após conclusão da CPI, tucano diz que jogo merece regulamentação por fazer parte da tradição brasileira

BRASÍLIA. Um dia depois de aprovado o relatório da CPI dos Bingos, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, defendeu ontem a legalização dos bingos no país. Para ele, é melhor regulamentar a atividade do que deixar o setor numa situação que chamou de ¿área cinzenta¿:

¿ Se tiver uma boa regulamentação é melhor do que (deixar) do jeito que está. Hoje você tem inúmeras casas de bingo funcionando por medida judicial ou liminar. É uma área cinzenta em termos de legislação. Entendo que (será melhor) se tivermos competência e fizermos uma boa regulamentação.

Ao ser perguntado se os bingos no Brasil não estariam funcionando para a prática de lavagem de dinheiro, afirmou:

¿ Lavagem de dinheiro é crime. Se alguém fizer lavagem de dinheiro, tem que ser preso. Isso pode ocorrer em qualquer atividade econômica.

O candidato tucano disse ser contra a regulamentação de outros jogos de azar. Alegou em defesa disso que o bingo já faz parte da tradição brasileira.

¿ O bingo é onde você tem mais ligação com a história, com a cultura e a tradição brasileiras. Acho que pararia por aí ¿ disse Alckmin.

Ele defendeu a legalização dos bingos no início da noite, depois de participar, na Câmara dos Deputados, do VIII Congresso Brasileiro de Atividade Turística promovido pela Frente Parlamentar do Turismo.

Ao deixar o auditório, o tucano visitou o lugar onde ficava o busto do ex-governador tucano Mario Covas, arrancado há duas semanas por militantes do MLST que invadiram a Câmara.

Na saída do Congresso, Alckmin passou por um constrangimento ao ser abordado de forma insistente por duas mulheres que pediam esmolas. Uma delas apresentou-se como Patrícia Balduíno, de 23 anos, moradora da cidade-satélite de Sobradinho 2. Com uma criança no colo, ela chamou o candidato de Seu Geraldo e pediu a ele que pagasse o valor de um botijão de gás. Assessores de Alckmin deram R$6 para Patrícia, mas ela se queixou:

¿ Disseram que iam ajudar, mas só deram R$6. O botijão custa R$35.