Título: Bolívia ordena prisão de presidente da LAB
Autor: Henrique Gomes, Eliane Oliveira, Cristiane Jungblu
Fonte: O Globo, 22/06/2006, Economia, p. 22

Dívidas da empresa atingem US$170 milhões. Bens de empresário sofrem embargo preventivo

LA PAZ. Um juiz da Bolívia ordenou ontem a prisão do presidente e maior acionista da companhia aérea Lloyd Aéreo Boliviano (LAB), Ernesto Asbún, para processá-lo por suposta má administração e dívidas de até US$170 milhões, informou a mídia local. Segundo a emissora de rádio Erbol, o magistrado Constancio Alcón determinou a detenção do empresário depois de este faltar a uma audiência judicial.

Além disso, o juiz ordenou embargo preventivo dos bens de Asbún, entre os quais 50% das ações da LAB, em crise desde o início do ano. Segundo a imprensa, o empresário está desaparecido há dez dias. Ele é acusado de atentar contra a segurança do transporte e a liberdade de trabalho, durante uma greve dos pilotos da companhia, em fevereiro.

A LAB opera atualmente com apenas três aeronaves, a quarta parte da sua frota no início do ano. Esses aviões ainda correm o risco de ficar no chão por falta de dinheiro para o combustível. A companhia foi capitalizada em 1996 pela Vasp, que repassou suas ações a Asbún há cinco anos, numa operação que os fiscais anticorrupção tentam agora esclarecer.

O ministro do Planejamento, Carlos Villegas, disse ontem que a LAB não consta do plano de governo para recuperar o controle estatal de empresas privatizadas na década passada.