Título: SAI ACORDO AUTOMOTIVO COM ARGENTINA
Autor: Eliane Oliveira
Fonte: O Globo, 24/06/2006, Economia, p. 27

Governo brasileiro espera que livre comércio entre em vigor em julho de 2008

BRASÍLIA. Brasil e Argentina fecharam ontem um acordo automotivo transitório ¿ cujo fim será o livre comércio ¿ uma semana antes do prazo estabelecido anteriormente. O tratado terá duração de 24 meses, de 1º de julho de 2006 a 30 de junho de 2008. O governo brasileiro espera que, a partir de 1º de julho de 2008, não existam mais tarifas de importação no intercâmbio bilateral de automóveis e autopeças. Mas os argentinos ainda resistem.

Pelo novo acordo ¿ que será assinado nesta segunda-feira, em Buenos Aires, pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan e a ministra de Economia argentina, Felisa Miceli ¿ no comércio automotivo entre os dois países, para cada US$100 exportados, será possível importar US$195 sem o recolhimento do Imposto de Importação, que atualmente é de 35%.

Secretário: montadoras participaram das discussões

Dessa forma, se a Argentina exportar para o Brasil US$1 bilhão, poderá comprar do mercado brasileiro US$1,95 bilhão sem pagar a alíquota aduaneira.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento da Produção, Antônio Sérgio Martins Mello, as conversas para arrematar o entendimento ocorreram por telefone entre ele e o secretário de Indústria argentino, Miguel Peirano. Mello ressaltou que as montadoras e os fabricantes de autopeças participaram ativamente do processo.

¿ Foi uma negociação equilibrada, tendo em vista a complexidade do Mercosul. As economias brasileira e argentina estão crescendo e esse acordo dá previsibilidade ao bloco e cria condições para investimentos. Ou seja, dá segurança aos investidores ¿ afirmou o secretário.

Apesar da expectativa do comércio livre no momento em que o acordo expirar, esse objetivo não está expresso no tratado.

Argentinos ainda temem prejuízos para a economia

A Argentina resiste em firmar um compromisso nesse sentido. O país alega que a assimetria entre os dois mercados prejudica sua economia. O Brasil defendia o livre comércio a partir de 2010.

¿ Nesse período de vigência do acordo de transição, vamos tentar estabelecer uma data ¿ afirmou Mello.