Título: MARCO AURÉLIO É CONTRA AUMENTO OFERECIDO AO JUDICIÁRIO
Autor: Adriana Vasconcelos
Fonte: O Globo, 26/06/2006, O País, p. 9

BRASÍLIA. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio de Mello, deixou claro ontem que é contra o aumento do Judiciário, assim como já havia se posicionado em relação ao reajuste que o Executivo pretende conceder ao funcionalismo público em período pré-eleitoral. Apesar das advertências de Marco Aurélio ¿ que já avisou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá ser multado ou enfrentar processo por abuso de poder econômico caso o governo leve adiante essa idéia ¿, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, editará quatro medidas provisórias concedendo todos os reajustes programados para o funcionalismo.

¿ Não concordei com aumento nenhum, e não concordaria nem mesmo com meu próprio aumento ¿ avisou Marco Aurélio.

Segundo o ministro, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, fez apenas um comunicado na sessão administrativa da última quinta-feira explicando que havia fechado um acordo com o Ministério do Planejamento sobre o plano de carreira do Judiciário, que prevê aumentos de 0,9% a 51,5%. Os reajustes, no entanto, serão implantados em seis parcelas até dezembro de 2008.

¿ Realmente participei da sessão administrativa, mas não fustigaria a presidente diante de um comunicado feito.

A expectativa do governo Lula, no entanto, é que, com o acordo que prevê correções para os salários do Judiciário, consiga vencer as resistências na Justiça à concessão de aumentos depois de o TSE ter proibido revisões gerais de salários nos 180 dias antes das eleições. Só o aumento do Executivo deverá custar aos cofres públicos R$9,2 bilhões.