Título: 'PARTIMOS PARA O ENFRENTAMENTO. ISSO AQUI É UMA GUERRA', DIZ ALCKMIN
Autor: Adauri Antunes Barbosa/Fábio Mazzitelli/Giba
Fonte: O Globo, 28/06/2006, O País, p. 3

Tucano defende ação da polícia, que reagiu a tentativa de ataque

SÃO PAULO. O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, disse ontem que o confronto entre a polícia e os chefes da maior facção criminosa do estado criou um clima de guerra em São Paulo e que, por isso, a orientação do governo estadual deve ser a de partir para o enfrentamento. Alckmin disse considerar correta a decisão do comando policial de se antecipar aos ataques que seriam feitos na madrugada de anteontem contra agentes penitenciários. Na ação, 13 suspeitos de participar da facção criminosa foram mortos numa ação que a polícia classificou de preventiva e outros cinco foram presos. Um policial foi atingido, mas foi salvo pelo colete à prova de balas.

- Partimos para o enfrentamento. Isso aqui é uma guerra. Temos que vencer a batalha todos os dias com uma polícia preparada. O fato é que os homicídios em São Paulo caíram de 12.800 (no início de sua gestão) para 7.400 no ano passado, e essa queda diminui - disse o ex-governador, usando números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do estado.

Segundo a polícia, o grupo que estaria de campana em frente ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Bernardo do Campo na madrugada de anteontem pretendia matar entre cinco e 15 agentes penitenciários em cada um dos quatro CDPs da região.

Logo depois de assistir ao jogo do Brasil contra Gana pela Copa do Mundo, ao lado de dirigentes e de militantes tucanos na sede do diretório estadual do partido e acompanhado da mulher, Lu Alckmin, o candidato do PSDB elogiou o trabalho da polícia na região do ABC, onde ocorreram as 13 mortes.

- A questão da inteligência policial é fundamental. Antecipar-se aos fatos, utilizar os meios de tecnologia, escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, e agir no sentido de evitar que essas organizações atinjam seus objetivos - disse.

"O governo federal, como acha que é uma situação complexa, se omite, se esconde"

Alckmin voltou a criticar a forma como o governo federal atua na segurança pública:

- O governo federal, como acha que é uma situação complexa, se omite, se esconde. Diz que é problema dos estados e foge dos temas, age como se o problema não fosse dele. Eu (se eleito) pretendo fazer o contrário. Embora as policiais sejam dos estados, vou assumir essa responsabilidade.

Faltaria ao governo Lula, segundo Alckmin, combater o crime organizado em várias frentes, como policiamento nas fronteiras dos estados, atualizar a legislação federal, aprimorar o serviço de inteligência das policiais, integrá-las em todos os estados e aumentar a verba destinada para segurança no Orçamento da União.