Título: ALCKMIN CULPA 'EFEITO-PT' POR INSTABILIDADE NA ECONOMIA
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 28/06/2006, O País, p. 9

Em resposta a Lula, tucano defende Fernando Henrique

SÃO PAULO. Numa resposta às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que em 2003 assumiu o país com a "economia desarranjada", o candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, disse ontem que o que provocou instabilidade na economia do país em 2002 foi o que ele chamou de "efeito-PT" e "risco-Lula". Diante das especulações de que temeria a comparação entre os governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, Alckmin evocou o nome do ex-presidente para contra-atacar.

- O PT não pegou a economia desarrumada, pelo contrário. Foi o governo do presidente Fernando Henrique que conseguiu, através do Real, a estabilidade da moeda. O que tivemos em 2002 foi o efeito-PT, o risco-Lula. Ou seja, passaram 25 anos dizendo uma coisa que não cumpriram e isso causou enorme instabilidade. Foi simplesmente a vitória do Lula que acabou piorando os índices em 2002 - disse Alckmin, depois de assistir ao jogo entre Brasil e Gana na sede do diretório do PSDB de São Paulo.

Defesa do governo de Fernando Henrique

Alckmin disse que não vê problemas de o PT trazer à tona no processo eleitoral um debate de comparação entre os governos de Lula e de Fernando Henrique. Sobre a comemoração de petistas em relação à entrada do ex-presidente na campanha deste ano, Alckmin disse que não será pautado pelo PT, mas que se o petista mantiver a estratégia de tentar bater no governo Fernando Henrique, sairá em defesa da gestão tucana.

- Eu não vou ser pautado pelo PT. Vou fazer minha campanha com propostas, ganhando a confiança da população. O PT não vai nos pautar. Vamos falar do que já fizemos em São Paulo e do que eles não fizeram na área federal, além do que vamos fazer na área federal. É evidente que isso nem precisaria ser dito, mas o governo do presidente Fernando Henrique vai ser defendido porque há muitas injustiças - disse Alckmin, para quem o governo atual deveria reconhecer os méritos conquistados na gestão do tucano.

Segundo Alckmin, essa discussão em torno de comparação de gestões atrasa o debate político.

- Nem nas cidadezinhas menores do interior do país se usa mais isso (atacar o antecessor) - disse.

Perguntado sobre se considera então que o fato de o Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, produzir uma cartilha em que os dois governos são comparados pudesse respingar negativamente na sua campanha, foi sucinto:

- Não respinga negativamente.

Diante da insistência sobre se chamará Fernando Henrique Cardoso para participar efetivamente de sua campanha, afirmou:

- Ele participará do que quiser - resumiu o candidato do PSDB.

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