Título: FURLAN: INVESTIMENTOS SÃO PARTE DO ACORDO
Autor: Mônica Tavares
Fonte: O Globo, 28/06/2006, Economia, p. 23

Ministro diz que redução do superávit comercial já era esperada

SÃO PAULO. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que a escolha do padrão japonês de tecnologia para o Sistema Brasileiro de TV digital, que será oficializada pelo governo amanhã, implicará novos investimentos para o país. Embora tenha participado da missão oficial do governo brasileiro que, em abril, foi ao Japão finalizar os entendimentos sobre a TV digital, o ministro afirmou que ainda iria se inteirar dos detalhes do acordo que será anunciado amanhã em Brasília. Ele disse, contudo, que novos investimentos de empresas japonesas no Brasil devem fazer parte do pacote de transferência de tecnologia.

- Houve entendimentos e tratativas não somente com o governo, mas também com empresas japonesas para que realizem investimentos no Brasil - disse Furlan, depois de visitar a Primeira Bienal Brasileira de Design, no Ibirapuera, em São Paulo.

Perguntado sobre a queda nos saldos da balança comercial brasileira, Furlan afirmou que a redução de quase US$1 bilhão no superávit nos primeiros seis meses do ano já era esperada e, por isso, não preocupa.

- A expectativa, desde o início do ano, era de que o superávit seria menor, pois a importação cresceria mais fortemente do que as exportações - disse. - O Brasil não precisa de um superávit anual de US$45 bilhões e essa perda é considerada normal.

O ministro reafirmou também sua confiança em um entendimento com o governo argentino para a eliminação de cotas impostas às importações de alguns produtos brasileiros (como calçados, eletrodomésticos e televisores). Furlan, que na segunda-feira participou na Argentina da solenidade de renovação do acordo automotivo entre os dois países, disse ter percebido no próprio presidente Néstor Kirchner uma maior disposição para a discussão dessas questões.

- Argentina e Brasil vivem hoje momentos muito melhores do que há três anos e isso favorece para que haja um entendimento de reabertura (do mercado argentino) - ponderou o ministro.