Título: DESPESAS EM ANO ELEITORAL SOMAM R$27,3 BILHÕES
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Fonte: O Globo, 30/06/2006, O País, p. 3
BRASÍLIA. Em ritmo de campanha eleitoral, o governo do presidente Lula tem sido pródigo no comprometimento de recursos do Orçamento para beneficiar setores até agora descontentes com as políticas governamentais. O reajuste dos servidores públicos anunciado ontem engorda a lista de gastos autorizados a três meses da eleição. Se computados o novo plano de carreira do Judicário e o reajuste do salário-mínimo, essas despesas chegam a R$27,3 bilhões.
Com as concessões do ano eleitoral, o governo não só está ampliando os gastos do Orçamento de 2006, como compromete as contas dos anos seguintes. O plano de carreiras do Judiciário terá impacto de R$5,1 bilhões nas contas do governo até 2008. Ele será implantado em etapas, mas é uma despesa obrigatória que vai se incorporar aos demais gastos do Orçamento em definitivo.
O mesmo acontece com os reajustes concedidos aos servidores civis e militares do Executivo, que terão impacto nas contas de 2006 e 2007. Já o reajuste do salário-mínimo de 16,7% concedido em abril exigiu uma dotação extra no Orçamento de 2006 no valor de R$5,7 bilhões.
Ontem, o governo Lula também anunciou a antecipação das metas do programa Bolsa Família, que terá R$8,3 bilhões em recursos disponíveis no Orçamento deste ano, mais R$1,8 bilhão do que em 2005.
Em de maio, um pacote de medidas para beneficiar os produtores rurais incluiu o refinanciamento de dívidas atrasadas no valor de R$10 bilhões.