Título: PMDB PRESSIONA PARA FICAR COM OS CORREIOS
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Fonte: O Globo, 01/07/2006, O País, p. 5
Partido também apresentou nomes para o Ministério da Saúde, a diretoria da Anatel e a presidência da Conab
BRASÍLIA. Uma divergência entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e a cúpula do PMDB governista está emperrando as negociações para mudanças na direção dos Correios. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tinham a expectativa de que o ex-presidente do INSS Samir de Castro Hatem fosse nomeado ainda ontem para a presidência dos Correios.
O nome de Samir Hatem, que integrou a equipe do Ministério da Previdência quando Jucá era ministro, consta de uma lista apresentada pelo PMDB e que está na Casa Civil. Além de Hatem, o PMDB governista reivindicou a nomeação de Paulo Lustosa, atual presidente da Funasa, para uma diretoria da Anatel, Paulo Pontes para a presidência da Conab e do agora candidato a vice na chapa do senador Teotônio Vilela (PSDB) ao governo de Alagoas, José Wanderley, para o Ministério da Saúde.
¿ Existe uma indicação feita pelo PMDB. Isso ocorreu lá atrás. Mas não tenho informação de que vá sair ¿ disse o líder do governo, senador Romero Jucá.
Mudanças nos Correios na próxima semana
Esses nomes foram levados ao presidente Lula há três meses mas nenhuma das nomeações saiu até agora. No caso dos Correios, assessores do governo no Palácio do Planalto disseram que mudanças podem ocorrer na próxima semana. E que elas não teriam ocorrido até agora devido às divergências internas no próprio PMDB.
Ontem especulou-se sobre a possibilidade de que a alteração no comando dos Correios pudesse ser publicada na edição extra do Diário Oficial da União, que trata de reajustes salariais para categorias dos funcionários federais dos Três Poderes.
Um integrante da ala governista do PMDB disse que não acredita que os pleitos do partido sejam atendidos. Por isso, eles teriam reduzido a pressão sobre o presidente na expectativa de voltar à carga depois das eleições, caso seja reeleito, e negocie a formação de um governo de coalizão com o partido.