Título: BOVESPA SOBE 0,39% E DÓLAR CAI 0,41%
Autor: Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 01/07/2006, Economia, p. 23

Risco-país recua 2,44%. Economia americana ainda é fator de instabilidade

Os indicadores da economia americana voltaram a influenciar ontem o mercado financeiro brasileiro. As preocupações em relação à ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ¿ para quem a inflação ainda é motivo de preocupação ¿ contribuíram para inibir as bolsas americanas, assim como o relatório do Departamento de Comércio, revelando que houve redução no consumo em maio. Os índices de Nova York fecharam em queda.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em alta de moderada de 0,39%, aos 36.631 pontos. No mês, acumula pequena alta de 0,28% e, no ano, sobe 9,49%. O risco-país caiu 2,44% e atingiu os 240 pontos centesimais. Já o dólar comercial encerrou os negócios ontem em queda de 0,41%, cotado a R$2,167. A moeda americana terminou o mês de junho com desvalorização acumulada de 6,72%.

Ritmo de consumo nos EUA diminuiu em maio

Já em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,36% e o Nasdaq, 0,11%. O índice Standard&Poor¿s (S&P 500) perdeu 0,21%. Wall Street fechou ontem mais cedo do que o habitual e permanecerá fechada até terça-feira, devido ao feriado da independência dos EUA.

Para o economista e diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Nehme, apesar de ter acumulado queda de quase 7% no mês, o dólar deve continuar em ritmo de desvalorização moderada, caindo para algo entre R$2,10 e R$2,15 no mês de julho.

¿ A perspectiva de que poderia haver mais de um aumento dos juros pelo Fed não existe mais, o que vai fazer as bolsas subirem, inclusive, devido ao retorno dos investimentos estrangeiros. Com isso, aumenta a pressão sobre o fluxo cambial ¿ aposta Nehme.

Já o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-RJ), Álvaro Bandeira, disse que o nervosismo e a volatilidade dos mercados devem persistir, com o centro da pressão passando da inflação americana para a redução do crescimento econômico dos EUA.

Segundo Departamento de Comércio dos EUA, o ritmo dos gastos do consumidor americano caiu fortemente em maio, à medida que os preços da gasolina deixaram os americanos com menos dinheiro no bolso. O consumo subiu apenas 0,4% no mês passado, depois de uma alta de 0,7% em abril.

(*) Com agências internacionais