Título: FRACASSAM DE NOVO AS NEGOCIAÇÕES PARA LIBERAÇÃO DO COMÉRCIO MUNDIAL
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Fonte: O Globo, 02/07/2006, Economia, p. 34

OMC reconhece crise, mas mantém prazo para a conclusão de Doha

GENEBRA E BRASÍLIA. Fracassaram, mais uma vez, os entendimentos para a liberalização do comércio mundial. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, admitiu ontem, em Genebra, que as divergências entre os 149 países-membros levaram a uma crise nas negociações da Rodada de Doha.

Os países não foram capazes de propor um acordo para a abertura dos mercados. O mesmo ocorreu na reunião de Hong Kong, em dezembro. Apesar do fracasso, julho foi mantido como fim do prazo para a conclusão dos entendimento sobre a maioria dos temas, e dezembro, para que se encerre a Rodada, iniciada há cinco anos.

A União Européia (UE) pediu a Lamy que seja um ¿catalisador¿ entre os negociadores.

¿ Não temos feito progressos. Há que admitir, mas creio que não é insuperável. É uma crise, mas parece contornável, e, todavia, não há pânico ¿ afirmou Lamy.

O chanceler Celso Amorim disse que continua otimista. Em comunicado conjunto, os países em desenvolvimento reforçaram o compromisso em alcançar um acordo em agricultura ¿ especificamente a eliminação dos subsídios às exportações ¿ e produtos industrializados. Eles criticaram, porém, a falta de disposição das nações ricas.

O ministro da Indústria da Índia, Kamal Nath, um dos mais críticos com os países ricos, voltou a seu país antes do fim da reunião, e disse que a negociação ¿foi um fracasso¿.