Título: ALCKMIN EVITA POLEMIZAR EM TORNO DA REELEIÇÃO
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 05/07/2006, O País, p. 9

'Nós, do PSDB, apoiamos', diz o candidato; embora Aécio e Serra queiram mandato único de quatro anos

SÃO PAULO. Um dia depois de dizer que, se eleito, não pretende incluir em seu projeto de reforma política o fim da reeleição, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, descartou ontem a hipótese de sua decisão criar suscetibilidades no ninho tucano. Os candidatos do PSDB aos governos de Minas, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, são cotados para disputar a eleição presidencial em 2010 e estariam entre os que exigiriam que Alckmin levantasse a bandeira de um mandato único de quatro anos, para deixar o campo livre para eles. Embora firme na proposta de não se envolver nesse assunto, Alckmin evitou polemizar:

- Seria até uma desconsideração ao Aécio e ao Serra achar que eles apoiariam, ajudariam ou deixariam de ajudar em razão disso. Acho que isso seria descortês e deselegante com eles. Nós, do PSDB, apoiamos a reeleição quando ela foi implantada, então não podemos ficar ao sabor do momento ou das circunstâncias - disse Alckmin, ontem, em São Paulo.

Alckmin pede explicações sobre tesoureiro do PT

A dois dias do início oficial da campanha eleitoral, Alckmin cobrou explicações do PT sobre denúncias contra o tesoureiro da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva este ano, José di Filippi Junior, prefeito licenciado de Diadema, na região do ABC.

No seu primeiro mandato na cidade, Filippi teria contratado o advogado petista Luiz Eduardo Greenhalgh e sua sócia, Michael Mary Nolan, sem abrir processo licitatório. Entre março de 1990 e dezembro de 1996 - período que inclui o segundo mandato de Filippi - a prefeitura de Diadema teria pagado pelo menos R$2,1 milhões pelos serviços.

- Acho que cabe ao PT e ao candidato explicarem. Eles já estão devendo explicações à sociedade no início da campanha - disse.

Animado com o resultado das últimas pesquisas, que registraram queda na diferença de intenção de votos com o presidente Lula, Alckmin voltou a dizer que, se vencer a eleição, pretende exercer controle sobre as emendas parlamentares.

- Todo recurso público precisa ser submetido a um controle rigoroso. Precisa ter uma auditoria. Cabe ao ministro da pasta cuidar dos recursos de sua própria pasta. Quero criar uma regra tipo contrato de gestão, como acontece na iniciativa privada. Eu ponho uma pessoa como executiva, mas ela precisa cumprir metas, prestar contas. A mesma coisa deve acontecer com o Ministério.

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