Título: EX-SECRETÁRIO DIZ QUE TERROR TEVE OBJETIVO POLÍTICO
Autor: Alan Gripp/Flávio Freire
Fonte: O Globo, 05/07/2006, O País, p. 11

Furukawa afirma à CPI que alvo era candidatura tucana

BRASÍLIA e SÃO PAULO. A disputa eleitoral deu o tom ontem na sessão da CPI do Tráfico de Armas. O ex-secretário de Administração Penitenciária de São Paulo Nagashi Furukawa, que depôs como convidado, bateu boca com deputados governistas após dizer que os atentados e as rebeliões ocorridos em maio no estado tiveram o objetivo de desestabilizar a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmim (PSDB) à Presidência.

- Há informações de que presos começaram a fazer rebeliões para dificultar a eleição. Alguns (chefes da facção criminosa que comandou os ataques) diziam que, sob a direção dele (Alckmim), criou-se o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e que, se eleito, líderes seriam transferidos para presídios federais - disse o ex-secretário.

A versão de Furukawa, dada quase dois meses após sua queda do cargo, foi contestada:

- Tentar fazer crer que as rebeliões tiveram motivo eleitoral é, no mínimo, debochar da sociedade brasileira - disse o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Alckmin confirmou ontem que teve acesso a informações de que havia um plano de uma facção criminosa contra ele e seus parentes com objetivo de desestabilizar sua candidatura.

- Isso merece investigação profunda porque é grave se realmente se confirmar - disse Alckmin.