Título: PETROBRAS COMPRARÁ US$ 49,9 BILHÕES NO PAÍS
Autor: Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 05/07/2006, Economia, p. 26

Investimentos totais serão de US$ 87,1 bilhões até 2011, dos quais US$ 75 bilhões em projetos nacionais

A Petrobras fará encomendas no país junto à indústria nacional de materiais, equipamento e serviços de US$49,9 bilhões em cinco anos - de 2007 a 2011. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ao detalhar o Plano de Negócios da companhia para o período de 2007 a 2011, que prevê investimentos totais de US$87,1 bilhões (quase R$190 bilhões) no período, ou US$17,4 bilhões (cerca de R$37,8 bilhões) por ano.

Para efeito de comparação, o governo federal prevê investir no máximo R$19 bilhões este ano, quando o gasto da Petrobras já chegará a R$37 bilhões.

- As compras que serão realizadas na indústria brasileira serão de US$49,9 bilhões, com conteúdo nacional médio de 66% - destacou Gabrielli.

O executivo explicou que do total de investimentos da estatal, US$75 bilhões serão em projetos dentro do país.

Os investimentos previstos pela Petrobras para os próximos cinco anos representam um aumento de 66% em relação ao Plano de Negócios anterior, de 2006 a 2010, que estimava o gasto de US$52,4 bilhões. Quase metade desse aumento não se deve a novos projetos, mas sim ao aumento dos custos e ao câmbio, entre outros fatores.

Gabrielli explicou que US$17,4 bilhões a mais nos investimentos se destinam a novos projetos. Contudo, os aumentos dos custos, por causa do avanço do preço do petróleo, representaram um acréscimo nos gastos de US$7,8 bilhões. A maior valorização do real frente ao dólar também causa um impacto nos gastos de US$4,1 bilhões no período. Outros US$2,9 bilhões de investimentos a mais se referem a projetos que seriam feitos em parceria com outras empresas, mas que serão feitos só pela Petrobras.

Em termos da produção de petróleo e gás, o plano não promove mudanças significativas. A produção de petróleo no Brasil deve sair de 1,88 milhão de barris por dia neste ano para 2,3 milhões de barris em 2010, como já previa o plano anterior, e atingir 2,374 milhões de barris por dia em 2011. Para 2015, a Petrobras planeja atingir a produção nacional de 2,81 milhões de barris por dia.

A produção de gás (medida em barris equivalentes de petróleo) passará dos 289 mil barris por dia este ano para 551 mil barris em 2011.

Na área de abastecimento, a Petrobras pretende investir nos próximos cinco anos US$23,1 bilhões, dos quais 61% nas refinarias. Somente na ampliação da capacidade de refino serão aplicados US$2,7 bilhões. Gabrielli destacou que outros US$3 bilhões serão investidos na área de transportes, na construção de dutos e terminais. No setor petroquímico, os investimentos nos próximos cinco anos totalizarão US$3,2 bilhões, sendo que o principal projeto é o complexo petroquímico que será construído em Itaboraí, no Estado do Rio.

Com relação à expansão da oferta de gás natural no país, o plano da Petrobras prevê investimentos totais de cerca de US$18 bilhões nos próximos cinco anos. Considerando diversas parcerias da Petrobras na produção de gás e na geração de energia, os investimentos totais no setor atingem US$22,4 bilhões.

Para 2011, a Petrobras prevê que o consumo de gás natural deverá atingir 112 milhões de metros cúbicos por dia no país. No novo plano de negócios, a companhia não prevê qualquer aumento nas importações de gás natural da Bolívia, que ficarão no teto máximo de 30 milhões de metros cúbicos por dia. Segundo Gabrielli, até 2011 o país deverá estar importando outros 20 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural liquefeito (GNL), comprado na forma líquida e transportado em navios especiais. A oferta nacional prevista é chegar à ordem de 70 milhões de metros cúbicos por dia a partir de 2010.

Área internacional buscará novos mercados

Com investimentos de US$12,1 bilhões de 2007 a 2011, a Petrobras pretende atingir a produção de 568 mil barri diários de petróleo e gás natural, contra os cerca de 260 mil barris atuais.

- O foco do crescimento da produção será no Golfo do México, do lado americano, e na Nigéria - explicou Gabrielli.

Ele explicou que uma das metas é buscar novas áreas para negócios, fora das regiões tradicionais como América Latina, África e América do Norte, sem informar os países.