Título: CRISE NA VARIG ABRE ESPAÇO PARA AÉREAS
Autor: Cristina Massari/Mirelle de França/Érica Ribeiro
Fonte: O Globo, 05/07/2006, Economia, p. 26

Concorrentes lançaram ou anunciaram 14 rotas e aumentaram freqüências

CORREÇÃO DESTA MATÉRIA:

Diferentemente do publicado ontem na reportagem "Crise na Varig abre espaço para aéreas", na página 26, a Air France terá em novembro 12 vôos semanais de São Paulo para Paris, e o último lançamento de rotas nacionais pela BRA aconteceu em março deste ano.

( PUBLICADA NA PG. 6, DO PRIMEIRO CADERNO , EM 06.07.2006 )

A incerteza em torno do futuro da Varig - hoje com estimados 10% de participação de mercado - e o aumento da demanda dos passageiros que não podem mais contar com a companhia aérea para determinados destinos provocaram o surgimento de 14 novas rotas no mercado nacional e internacional nos últimos meses, além do aumento no número de vôos (freqüências) em rotas já existentes. A Varig atende hoje a apenas 25 destinos, entre nacionais e internacionais

As companhias de menor porte são as que mais estão se movimentando. A BRA, por exemplo, começou no sábado a voar regularmente para o exterior, com vôos para Lisboa e Madri, além de cinco outras rotas nacionais inauguradas em novembro do ano passado. Já a Webjet, depois da reestruturação societária, voltou a voar do Rio para Porto Alegre e, desde segunda-feira, também vai para Salvador. Ainda este ano, a Ocean Air começará a voar para Bogotá e Los Angeles. A aprovação depende ainda da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Air France quer crescer, mas chegou ao limite permitido

Entre as grandes empresas do setor, a TAM foi a que mais ampliou a oferta. Ainda este mês, a empresa vai atender a Boa Vista e Roraima. Este ano a companhia incorporou à sua malha aérea vôos saindo do aeroporto de Guarulhos (SP) para Campo Grande, Cuiabá, Porto Alegre e Navegantes (SC), além de rotas que interligam cidades do Nordeste a São Paulo. A malha internacional também será ampliada: em outubro, a companhia começa a voar para Londres.

As empresas também estão aumentando o número de freqüências de vôos já existentes. A Air France, por exemplo, passará a ter, a partir de novembro, dois novos vôos de São Paulo para Paris, somando quatro no total. Com o acréscimo, a francesa chegará ao limite de sua cota de vôos para o Brasil, dentro do acordo bilateral assinado pelas autoridades governamentais e aeronáuticas dos dois países.

Em meio à temporada de férias e ao aumento na procura de bilhetes durante o período da Copa do Mundo na Alemanha, a diretora-geral do grupo Air France-KLM no Brasil, Isabelle Birem, lamentou não ter podido suprir a retração da oferta, com a suspensão dos vôos para Paris da Varig.

- Com tantas pessoas viajando pela Copa do Mundo, o período de férias na Europa, estamos lotados. E os vôos do Rio estão ainda mais lotados que os de São Paulo. Não poderíamos atender às expectativas - disse a executiva, que reiterou o interesse em ampliar ainda mais a oferta para o Brasil, mesmo que fosse para uma concessão temporária. - Se as autoridades brasileiras permitirem, gostaríamos de aumentar os vôos mesmo que com uma concessão temporária. No entanto, para uma empresa como a Air France, espera-se que uma concessão temporária dure por, no mínimo, uma temporada.

(*) Do Globo Online