Título: FUSÕES DE BRASILEIRAS CRESCEM 35%
Autor: Ronaldo D'Ercole
Fonte: O Globo, 05/07/2006, Economia, p. 27

Segundo a Price, número de operações no 1º semestre é o maior em 5 anos

SÃO PAULO. Os negócios envolvendo fusões e aquisições de empresas brasileiras experimentaram forte expansão no primeiro semestre deste ano. Estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC) mostra que 241 transações desse tipo foram realizadas no país entre janeiro e junho, número 35% maior que as 178 operações registradas no mesmo período de 2005. Trata-se do maior número de fusões e aquisições num primeiro semestre em cinco anos no Brasil - só inferior à marca de 296 transações registradas em 2001.

Além do número maior de transações, os investimentos envolvidos nas aquisições de controle e compras de participações entre companhias no país até junho totalizaram US$13 bilhões, cifra 66,6% superior ao movimentado nas 338 operações fechadas ao longo de todo o ano de 2005, que somaram US$7,8 bilhões.

- O aumento de transações deve-se à visão de que a economia está arrumada e ao potencial de expansão do mercado brasileiro, e à elevada liquidez das empresas nacionais e globais - disse o coordenador do estudo e sócio da PwC Raul Beer.

Brasileiras estiveram à frente de 54% das operações

O levantamento da PwC mostra que as empresas brasileiras estiveram à frente de 54% das compras de participação e aquisições de empresas no período. Foram 94 as transações de aquisição e de compras de participações minoritárias lideradas por companhias brasileiras na primeira metade do ano, número 42% maior que o de 2005.

- Essas transações refletem uma busca de maior competitividade e de expansão dos negócios pelas empresas nacionais - observou Raul Beer.

A compra pelo banco Itaú das operações brasileiras do BankBoston, que envolveu US$2,2 bilhões, e a da American Express do Brasil pelo Bradesco, por US$490 milhões, foram algumas das principais aquisições feitas por companhias brasileiras no semestre, segundo a PwC.

Os investidores estrangeiros estiveram à frente de outras 80 compras de controle e participações, o equivalente a 46% do total, com um incremento de 23% sobre igual período do ano passado. Aqui, as maiores transações envolveram a compra do banco Pactual pelo grupo financeiro suíço UBS, por US$1,2 bilhão, e a associação da sul-africana Naspers ao grupo Abril, por US$420 milhões.