Título: PETISTA TEM APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO
Autor: Adauri Antunes Barbosa/Isabel Braga
Fonte: O Globo, 06/07/2006, O País, p. 5

No TSE, R$839 mil declarados

BRASÍLIA. Nos últimos três anos e meio, na Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se revelou um aplicador no mercado financeiro, onde a remuneração é tanto maior quanto maiores forem os juros. Essas aplicações fizeram com que o patrimônio do presidente praticamente dobrasse de 2002 a 2006, de acordo com as informações de bens atuais. No registro de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a eleição deste ano, Lula declarou bens no valor de R$839.033,52. Em 2002, antes de assumir o governo, ele declarou possuir R$422.949,32 em bens, um aumento de 98,3%. Em 1998, também no registro de sua candidatura, os bens somavam R$319.660,23.

Além de aplicações financeiras em dois bancos, Lula investiu em ações da Petrobras, do Banco do Brasil e da Vale do Rio Doce. O presidente tem salário mensal de R$8.885,48 e, na prática, tem suas despesas pessoais quase totalmente pagas pelos cofres públicos por ocupar o cargo. Além disso, recebe aposentadoria especial como anistiado do regime militar.

O PT se adiantou a possíveis críticas e, em nota, explicou o aumento de patrimônio de Lula. Na nota, disse que tudo é compatível com os salários recebidos. "A evolução patrimonial do candidato Lula, verificada entre junho de 2002 e agora, deve-se à poupança de parte de seu salário como presidente da República e aposentadoria, bem como aos rendimentos de aplicações anteriores a 2002, acrescidos da aplicação da poupança mensal já referida em fundos de investimento especificados na declaração entregue ao TSE".

A principal mudança, que permitiu a Lula quase dobrar o patrimônio em quatro anos, são os investimentos. Em 2002, a declaração de bens trazia aplicações em duas cadernetas de poupança (R$26.780,42 no Banco Mercantil Finasa S.A. e R$5.512,16 na CEF) e uma aplicação no Banco do Brasil de R$85.378,00. Na declaração deste ano, há três poupanças declaradas: uma na CEF, com R$54.762,02 e duas no Bradesco, uma com R$1.398,67 e outra de R$1.124,36. Uma aplicação no Banco do Brasil de R$86.794,73; aplicação FIX especial Banco do Brasil de R$156.146,83; e aplicação FIF Plus DI no Bradesco de R$11.055,40. Há ainda um fundo de investimento no Bradesco de R$63.304,16.

(Isabel Braga e Cristiane Jungblut)