Título: SEM POLÍTICOS, ESTATAL CRESCEU FATURAMENTO
Autor: Gerson Camarotti e Patricia Duarte
Fonte: O Globo, 07/07/2006, O País, p. 3

BRASÍLIA. Mesmo com todo o desgaste de imagem sofrido pelo escândalo que levou inclusive uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ser batizada com o nome da estatal, os Correios vinham conseguindo se reerguer e manter um bom desempenho financeiro. Em junho do ano passado, toda a cúpula dos Correios formada por indicações políticas do PMDB, do PTB e do PT, foi afastada e em seu lugar assumiu uma equipe formada por profissionais de carreira. O resultado foi que a estatal encerrou 2005 com o segundo maior lucro de sua História, R$396 milhões, e faturamento de R$8,6 bilhões. Os Correios contam hoje com 110 mil funcionários.

A direção técnica dos Correios, comandada até ontem pelo presidente Janio Cezar Luiz Pohren, reforçou os investimentos voltados para as áreas de manutenção e modernização da sua capacidade operacional, que subiram de R$250,2 milhões para R$281,7 milhões, um aumento de 13%. O tráfego postal aumentou em 3,1%, passando de 8 bilhões de objetos postados para 8,3 bilhões.

Para este ano, a projeção da antiga direção dos Correios era que o tráfego postal atingisse 8,5 bilhões de objetos transportados e as receitas totais da empresa apresentassem um crescimento de 11,2%, fechando 2006 em R$9,6 bilhões. Os investimentos programados para este ano são de R$600 milhões, sendo que até o mês de abril os recursos investidos já chegavam a R$200 milhões.

As denúncias de corrupção levaram à abertura de 25 processos internos de sindicância para investigar os desvios e foi rescindido o contrato com a agência de publicidade SMP&B, do empresário Marcos Valério de Souza ¿ o operador do mensalão juntamente com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares ¿ que ficou impedida de participar de licitações com os Correios por dois anos.