Título: GASTO DA DISPUTA EM SP VAI A R$110 MILHÕES
Autor: Flávio Freire
Fonte: O Globo, 07/07/2006, O País, p. 12

Serra, Mercadante e Quércia podem gastar o dobro do que foi estimado na campanha ao governo do estado de 2002

SÃO PAULO. Os três principais candidatos ao governo de São Paulo ¿ José Serra (PSDB), Aloizio Mercadante (PT) e Orestes Quércia (PMDB) ¿ poderão gastar na campanha deste ano pelo menos o dobro do que seus partidos estimaram como teto em 2002. Os gastos declarados à Justiça Eleitoral de São Paulo, somados, poderão chegar a R$110 milhões. Há quatro anos, o limite (com diferentes candidatos) foi de R$53 milhões.

Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto, apresentou o maior teto de gastos: R$45 milhões. Em 2002, na campanha do então governador Geraldo Alckmin à reeleição, o PSDB informou que gastaria, no máximo, R$18 milhões.

¿ Antes, se você previsse x em despesa e gastasse duas vezes x, podia pedir ao tribunal autorização para isso. Então é melhor errar por cima do que errar por baixo. Foi a nossa filosofia ¿ disse Serra, em visita a uma feira de calçados na capital.

Mercadante previu gastos de até R$35 milhões. Há quatro anos, o candidato petista ao governo paulista, José Genoino, teve limite de R$20 milhões.

¿ Esse é um valor capaz de eleger o candidato. Não significa que gastaremos tudo, mas como não podemos mexer mais nessa previsão, ele teve de ser relativamente alto ¿ informou o coordenador do programa de governo do PT, Hamilton Lacerda.

O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia poderá gastar até R$30 milhões, embora o comando da campanha estime gastar um terço do valor. Em 2002, o limite da campanha de Lamartine Posella foi de R$15 milhões.

¿ Se você acredita que pode vencer, é melhor jogar o teto para cima, já que vamos respeitar a Lei Eleitoral ¿ disse o coordenador de campanha do PMDB, Marcelo Barbieri.

Quércia tem o maior patrimônio na disputa paulista

O TRE de São Paulo também divulgou ontem a declaração de bens de Serra, Mercadante e Quércia. O maior valor pertence ao candidato do PMDB: R$111 milhões. Em 2002, quando foi candidato ao Senado, o patrimônio de Quércia era de R$64 milhões. Já o tucano, segundo declaração entregue ao tribunal, tem bens que somam R$872 mil, contra R$603 mil apresentados quatro anos atrás no TSE por ocasião de sua candidatura presidencial. O patrimônio de Mercadante é de R$754 mil. Em 2002 era de R$465 mil.