Título: DÓLAR CAI 1,1% MESMO COM ATUAÇÃO DO BANCO CENTRAL
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 07/07/2006, Economia, p. 28

Bolsa acompanha mercado americano e sobe 0,43%

Um dia após o mercado sofrer os efeitos negativos dos testes com mísseis na Coréia do Norte, com valorização do dólar e forte queda da Bolsa, os investidores foram às compras, aproveitando o baixo patamar de preços das ações e a cotação mais alta do câmbio. Já os exportadores tiraram partido do dólar mais alto ¿ que subiu 2,65% anteontem ¿ para vender moeda. Mesmo com a atuação do Banco Central (BC), que comprou divisas a R$2,186, o dólar fechou em queda de 1,14%, cotado a R$2,175 para venda, próximo à mínima do dia de R$2,174.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 0,43%, acompanhando a valorização das bolsas internacionais. O índice S&P 500 subiu 0,22% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 0,31%. As principais bolsas européias registraram valorização de cerca de 1%.

Risco-Brasil recua 0,82%, para 243 pontos centesimais

No mercado internacional, o Global 40, título brasileiro mais negociado no exterior, teve alta de 0,81%, cotado a 124,6% do valor de face e o risco-Brasil recuou 0,82%, para 243 pontos centesimais.

¿ Com o cenário externo sem novidades, os investidores voltaram a vender dólares e comprar ações. Quando os exportadores percebem que o ambiente está mais tranqüilo e a cotação do dólar, alta, não pensam duas vezes antes de vender moeda. Mas permanece o clima de cautela ¿ explica Miriam Tavares, diretora de Câmbio da AGK Corretora.

Segundo André Simões Cardoso, gestor de Renda Variável da Cenário Investimentos, o mercado está agora atento aos dados do mercado de trabalho americano que serão divulgados hoje e podem influenciar a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em relação aos juros.

Ontem, o BC fez o segundo maior leilão de títulos públicos pré e pós-fixados do ano, com volume financeiro de R$9,69 bilhões. Com a maior oferta, caíram as taxas projetadas no mercado futuro de juros. Nos contratos com vencimento em janeiro de 2008, passaram de 15,10% para 14,93% ao ano.