Título: CUSTOS PARA A TERCEIRA IDADE SOBEM MENOS
Autor: Flavia Oliveira
Fonte: O Globo, 08/07/2006, Economia, p. 27

IPC-3i avançou só 0,07% no segundo trimestre. Índice geral teve deflação

A inflação brasileira para a terceira idade, calculada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados ontem. O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) registrou uma alta de 0,07% entre abril e junho, após uma variação positiva de 0,82% verificada nos três primeiros meses deste ano.

O índice, elaborado a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2002/2003, mede os preços para as famílias formadas por pelo menos 50% de indivíduos com 60 anos ou mais de idade e renda mensal entre um e 33 salários-mínimos.

Apesar de a inflação ter sido menor do que no trimestre anterior, o custo de vida dos idosos ainda aumentou, enquanto houve deflação no índice que abrange todas as faixas etárias ¿ o IPC-BR. De abril a junho, o IPC-BR registrou uma queda nos preços de 0,26%, depois de ter apurado alta de 0,88% acumulada de janeiro a março.

Os grupos que mais influenciaram na queda da inflação da terceira idade foram Alimentação, Educação, Leitura e recreação e Transportes. Nessas classes de despesas, os itens que mais contribuíram para os decréscimos foram Frutas (-13,47%), Passeios e festas (-9,07%) e Combustíveis e lubrificantes (-3,46%). O preço da laranja-pêra, por exemplo, registrou uma variação negativa de 32,99%. O custo de passagens aéreas teve deflação de 18,35% e o preço do álcool combustível recuou 18,58% no período.

A redução da taxa do IPC-3i só não foi mais intensa por causa dos grupos Habitação e Saúde e cuidados pessoais, que apresentaram variações de 1,04% e 2,70%, respectivamente. No primeiro caso, a contribuição mais relevante para o aumento do índice partiu do item Empregados domésticos, com variação de 5,92%. Já na rubrica Saúde e cuidados pessoais, o item Plano de saúde teve o maior peso no IPC-3i, com alta de 3,66% nos preços.