Título: PAÍS TERÁ MEDIÇÃO PARA EXPORTAÇÃO DE SERVIÇO
Autor: Mirelle de França
Fonte: O Globo, 08/07/2006, Economia, p. 29

Ministro do Desenvolvimento anuncia criação de sistema que começará a divulgar números do setor em dois meses

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, anunciou ontem a criação de um sistema de medição do setor de comércio de serviços (Siscoserv), a exemplo do que já acontece no comércio de bens (Siscomex). Segundo ele, o país não tem um mecanismo consistente de medida das transações neste segmento da economia.

¿ A criação do Siscoserv tem como sentido acompanhar setor por setor e empresa por empresa, o que está acontecendo neste segmento da economia. E, com isso, poder alavancar um crescimento ainda maior ¿ disse Furlan, durante seminário no Rio.

Furlan lembrou que, no ano passado, o setor de serviços registrou exportações de US$15 bilhões (um crescimento de 29,8% em relação a 2004) e importações de US$22,3 bilhões (alta de 38,7%), resultando num déficit de US$7,3 bilhões. Para Furlan, é grande o potencial das empresas brasileiras deste segmento, principalmente na área técnica de engenharia, tecnologia da informação, comunicação, saúde e turismo:

¿ Em 2005, a taxa de crescimento das exportações e importações de serviços foi maior do que a do mercado de bens. Ele (o setor de serviços) é, portanto, um setor mais dinâmico.

Ministro prevê fluxo comercial de US$220 bi

O ministro ressaltou que o setor de serviços gera 16 milhões de empregos e é composto por 45 mil empresas. Segundo Furlan disse, os primeiros números do Siscoserv deverão ser divulgados dentro de dois meses.

O ministro acredita que até o fim deste ano o comércio total internacional do país deverá saltar dos US$107 bilhões registrados em 2002 para US$220 bilhões. O avanço, segundo ele, será resultado do equilíbrio das taxas de crescimento das exportações e importações no período.

¿ Era natural que, com o crescimento da economia no mercado interno, houvesse uma demanda maior de produtos importados. O que é relevante, no entanto, é que as exportações continuam crescendo. Isso vai nos levar, ao fim de quatro anos, a um relativo equilíbrio das percentagens dos crescimentos do comércio exterior de importação e exportação. Vamos mais do que duplicar o comércio total internacional do pais (neste período), de US$107 bilhões para US$220 bilhões ¿ disse o ministro, ao ressaltar que o mercado interno voltou a ser o protagonista do crescimento e que, por isso, é natural a demanda maior por importados.