Título: CAÇA ILEGAL DOS BICHOS MOBILIZA FISCAIS DO IBAMA
Autor:
Fonte: O Globo, 09/07/2006, Rio, p. 27

Só este ano já foram apreendidas armas e presos três caçadores

O crescimento da população de micos-leões é proporcional ao aumento da preocupação do Ibama com a caça ilegal do animal para exportação. Com apoio do Batalhão Florestal da PM e agora da Polícia Federal, o Ibama intensificou a fiscalização nas reservas biológicas e nas matas vizinhas. Somente neste ano foram apreendidas 25 armas de fogo e presos três caçadores nas duas reservas.

Segundo o chefe da Reserva de Poço das Antas, Rodrigo Varella, os caçadores, além de capturarem os animais vivos para exportação, também abatem outros animais silvestres, como capivaras, tatus, pacas e jacarés para vender a carne a restaurantes da Região dos Lagos. No fim do ano passado, os fiscais apreenderam e devolveram à floresta seis micos-leões-dourados que seriam exportados para a Europa.

O mico-leão-dourado entrou na lista vermelha de animais criticamente ameaçados de extinção em 1966. Em 1983, começou o trabalho de pesquisa e educação ambiental para preservação da espécie. Em 2003, houve uma reclassificação e o mico-leão passou para a categoria de animal ameaçado de extinção. A expectativa é de que ele se livre completamente da ameaça de desaparecer do planeta em 2025.

Diante das ameaças ao anima, o Ibama colocou o telefone 22-2778-1540 para quem puder denunciar caçadores ou colaborar com programas de proteção ao mico-leão-dourado.

Micos-leões precisam de mais 14 mil hectares de mata

Com rios, cachoeiras e vegetação de Mata Atlântica intacta, o Parque Atalaia, em Macaé, será mais uma área protegida para os mico-leões-dourados que vivem na Rebio União. A 27 quilômetros do Centro de Macaé, o parque possui 234 hectares e espécies raras da flora, como vinhático, figueira, braúna, jequitibá e pau-d¿alho. A fauna também é rica: furões, lontras, cachorros do mato, bicho preguiça, borboletas raras, macacos bugios, papagaios, tatus e gambás, entre outras espécies.

Para se livrar do risco de extinção, os micos-leões precisam de 25 mil hectares de florestas, mas atualmente só contam com 11 mil hectares. A solução é reflorestar os corredores ecológicos que ligam as áreas protegidas para permitir que os animais tenham mais espaço. Entre a Rebio União e o Parque Atalaia é preciso reflorestar apenas uma faixa de quatro quilômetros.

¿ Macaé também está criando dez viveiros de mudas para reflorestamento dos corredores ecológicos, áreas degradadas e recuperação das matas ciliares da bacia hidrográfica do Rio Macaé. O primeiro viveiro já está em funcionamento na Aldeia do Sana ¿ informou o secretário de Meio Ambiente de Macaé, Fernando Tavares.