Título: BRASIL: DESTINO DE VEÍCULOS ARGENTINOS
Autor: Do La Nacion/GDA
Fonte: O Globo, 09/07/2006, Economia, p. 34

Exportações do setor cresceram 51% no mês passado no país vizinho

BUENOS AIRES. Os últimos investimentos no setor automobilístico da Argentina estão dando frutos: as exportações subiram 51,5% no mês passado, para 19.960 unidades, acumulando alta de 22,8% no semestre (94.033 veículos). Esse impulso externo fez crescer a produção: 35,3% em junho, a 35.940 unidades, e 24,5% no semestre (178.236 veículos), segundo informou a Associação de Fábricas de Automotores (Adefa).

A Argentina exporta carros para 73 países, mas o forte aumento nas vendas se explica graças ao Brasil. Das 94 mil unidades enviadas ao exterior na primeira metade do ano, o maior sócio do Mercosul comprou 41.900, o equivalente a 44,5% do total. En 2005, o Brasil havia comprado 35,4%. Os números evidenciam que o Brasil voltou a ser protagonista para a indústria automotiva argentina, ainda que sem a quase absoluta dependência que existia nos anos 90.

Crescimento do Brasil explica alta nas exportações

O diretor-executivo da Adefa, Fernando Rodríguez Canedo, reconheceu que falharam os prognósticos que diziam que, após a desvalorização, a Argentina voltaria a fabricar o Ford Falcon, e explicou o crescimento das exportações:

¿ Foi impulsionado pelo forte investimento das montadoras na renovação de modelos, que são exclusivos não só para a região como para o mundo, em vários casos. Não são modelos obsoletos, por isso são vendidos.

As exportações ao Brasil melhoram por três motivos, segundo Canedo: o lançamento de novos modelos na Argentina, que tiveram uma boa aceitação no mercado brasileiro; os investimentos das montadoras para que esses veículos tenham motores flex; e o crescimento do mercado do gigante sul-americano, que seria de 5% no ano.

As vendas ao Brasil cresceram 15% no semestre, mas poderão saltar a 20% ou 25% até o fim do ano, em função dos veículos que começaram a ser fabricados recentemente na Argentina, como o Volkswagen Suran e o Toyota Hilux.

Vendas no mercado doméstico aumentaram 8,5%

No mês passado, a Ford foi a que mais exportou (26,6%), seguida por Toyota (21,9%) e Peugeot-Citroën (16,3%).

O mercado doméstico também contribuiu para o aumento da produção: as vendas cresceram 8,5% no mês passado, a 37.493 unidades, e acumulam alta de 14,6% no primeiro semestre (224.790 automóveis). Canedo, da Adefa, calculou que as vendas das montadoras às concessionárias aumentarão este ano em torno de 10%.

(*) O jornal ¿La Nación¿ faz parte do Grupo de Diarios América (GDA)