Título: OLMERT REBATE CRÍTICAS INTERNACIONAIS A OFENSIVA ISRAELENSE NA FAIXA DE GAZA
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Fonte: O Globo, 11/07/2006, O Mundo, p. 25

Ministro admite soltar presos palestinos se soldado for libertado antes

JERUSALÉM. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, rebateu ontem críticas internacionais sobre os ataques na Faixa de Gaza e afirmou que não haverá negociações com o Hamas nem a troca de prisioneiros pelo soldado Gilad Shalit, capturado por milicianos 17 dias atrás.

Olmert estava especialmente irritado com a advertência da União Européia contra a ¿desproporcional ação¿ militar israelense em Gaza. Ele lembrou que palestinos lançaram 300 foguetes Qassam contra Israel no mês passado, em geral sem vítimas.

¿ Quando foi a última vez que a União Européia condenou isso? ¿ perguntou o premier.

Jovens palestinos são mortos quando jogavam futebol

Olmert negou que a campanha militar tenha como objetivo derrubar o Hamas do governo palestino. Ele disse que sua intenção é deter terroristas e que a operação não tem prazo para terminar. Mas acrescentou:

¿ Não é um governo influenciado pelo terror. Esse governo é o terror.

Mas o ministro do Interior, Roni Bar On, afirmou ontem que Israel estaria disposto a libertar centenas de prisioneiros após Shalit for solto.

¿ Se o soldado for solto, poderemos contemplar a possibilidade de uma libertação de presos ¿ disse o ministro.

O próprio premier não parece descartar de todo a possibilidade de negociações com um intermediário, nas quais prisioneiros seriam soltos se o soldado fosse libertado antes e se os ataques com Qassam parassem.

A declaração de Olmert veio no mesmo dia em que Khaled Meshaal, um líder exilado do Hamas, disse em Damasco que Shalit era um prisioneiro de guerra e que seria tratado de acordo com as convenções.

¿ A solução é simples: troca. Mas Israel a rejeita. Israel acha que vai levar o soldado de volta com a escalada (militar), mas está enganado.

Nove palestinos foram mortos ontem em ataques israelenses na região de Beit Hanoun, norte da Faixa de Gaza. Quatro deles pertenceriam a grupos extremistas. Mas, segundo as primeiras informações, outras quatro vítimas tinham entre 14 e 16 anos e jogavam futebol perto de um local de disparo de foguetes, bombardeado por Israel. Mais de 50 palestinos e um soldado israelense morreram desde o início da operação militar.