Título: PMDB PAULISTA NÃO APOIARÁ NEM LULA NEM ALCKMIN
Autor: Ilimar Franco/Gerson Camarotti
Fonte: O Globo, 12/07/2006, O País, p. 13

Quércia: 'candidatos não vão subir no palanque do partido'

SÃO PAULO. Poucas horas após o jantar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a cúpula do PMDB, segunda-feira, no qual foi lançado o Movimento Pró-Lula, o diretório regional de São Paulo do partido decidiu ontem que não apoiará qualquer candidato a presidente da República. Segundo o presidente do PMDB paulista, Orestes Quércia, o apoio de cada peemedebista ficará em aberto.

- Não apoiamos ninguém e deixamos aberta a questão da candidatura a presidente. É a forma melhor de levar nossa candidatura à vitória aqui em São Paulo - disse Quércia, candidato do partido ao governo paulista.

Segundo Quércia, nem Lula nem o tucano Geraldo Alckmin, principais candidatos da eleição, devem subir no palanque do PMDB de São Paulo:

- Eles precisam subir no palanque deles. Vamos dar liberdade aos nossos companheiros para apoiar quem eles quiserem. A campanha aqui em São Paulo é só para o candidato a governador.

Quércia disse ainda que considera "dificílima a possibilidade de composição com o PT paulista", mas lembrou que, se houver decisão nacional, não haverá restrição:

- A gente se acomoda em São Paulo.

"De minha parte, não aceitaria os Correios nunca"

Quércia falou sobre a entrega dos Correios, empresa estatal onde surgiu o escândalo do mensalão, ao PMDB nacional.

- Simbolicamente é péssimo porque, depois do que aconteceu com os Correios, você aceitar os Correios em seguida... Da minha parte não aceitaria nunca.

Em reunião com líderes do PMDB em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo, Quércia disse que a política econômica do presidente Lula deve ser mudada rapidamente para que o país volte a crescer. Apesar de dizer que não apoiará nem Lula nem Alckmin, Quércia afirmou que PT e PSDB têm a mesma política econômica. Para o candidato peemedebista, o país está engessado economicamente.

- Faço fortes críticas à política econômica de Lula, que é a mesma de Fernando Henrique. Os dois pararam o Brasil. Acho que Lula devia sair candidato pelo PSDB e não pelo PT - ironizou Quércia.

O candidato disse acreditar que será difícil vencer o presidente Lula, mas afirmou:

- Hoje sabemos que o governo federal está bem com a população mais pobre por conta do Bolsa Família. Mas isso não é o suficiente, pois a população precisa mesmo é de emprego e salário dignos.

* do Diário de S.Paulo