Título: MANTEGA DIZ QUE PAÍS CRESCERÁ DE 4% A 4,5% ESTE ANO E ATÉ 6% EM 2008
Autor: Cristiane Jungblut/Henrique Gomes Batista
Fonte: O Globo, 12/07/2006, Economia, p. 29

Segundo governo, Brasil entrou em rota de crescimento sustentável

BRASÍLIA. O governo traçou um cenário bastante otimista na reunião ministerial de ontem, comandada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deu o tom da campanha em relação à execução da política econômica: o Brasil entrou em rota de crescimento sustentável. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega - que falou à imprensa ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff - o patamar de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) vai variar de 4%, percentual mínimo previsto para 2006, a 6%, taxa que poderia ser alcançada já em 2008. O processo, afirmou Mantega, é apoiado por uma situação inédita, com crescimento externo e doméstico, inflação e questão fiscal sob controle e gastos vultosos em programas sociais.

O ministro da Fazenda ressaltou que uma questão histórica será o PIB passar a crescer mais do que a variação dos índices de preços. Este ano, enquanto a expectativa do governo é que a expansão fique entre 4% e 4,5%, a inflação projetada pelo mercado para o IPCA está em 3,81%.

- Temos pela frente uma perspectiva de crescimento sustentável que este ano será de 4% a 4,5% do PIB e terminará com todas as contas públicas equilibradas e com condições para que no próximo ano o crescimento seja de 4,5% a 5%, depois de 5,5% a 6% e assim por diante. Esses números nunca são exatos.

Ministro não divulgou dados referentes a governos FH

As expectativas são superiores às esperadas pelo governo. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2007, o crescimento do PIB de 2008 será de 5% e o de 2009, de 5,25%.

- Estamos hoje reunindo um cenário inédito em termos de política econômica, resultados práticos e desempenho da economia - disse Mantega.

Ele afirmou que, em alguns pontos, outros governos até conseguiram resultados melhores, mas que o Brasil nunca havia obtido tais resultados positivos ao mesmo tempo:

- Nós temos uma das inflações mais baixas da História e há uma combinação de crescimento da economia e da inflação em queda - disse o ministro. - Um outro fator importante é a combinação de responsabilidade fiscal, pois a meta de superávit de 4,25% do PIB que estamos alcançando é ambiciosa, com ampliação de programas sociais.

Dilma Rousseff afirmou que o desenvolvimento está apoiado em ações concretas e de longo prazo. Ela lembrou que a busca pela auto-suficiência na produção de petróleo, conquistada em abril, gerou uma parte do crescimento econômico dos últimos anos. Também citou o investimento em gás natural, biodiesel e infra-estrutura, e disse que isso deve se repetir com a TV digital.

Mantega afirmou ainda que não passaria aos repórteres a apresentação que levou ao encontro de ministros, pois ela faz referências e comparações aos mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e isso seria proibido pela lei eleitoral.