Título: SUPERMERCADOS E CONCESSIONÁRIAS VIRAM ALVO
Autor:
Fonte: O Globo, 13/07/2006, O País, p. 8

Seis revendedoras são atacadas, 24 carros, sete motos e 41 ônibus incendiados e 12 agências bancárias alvejadas

SÃO PAULO. Desta vez, além de atacar ônibus e agências bancárias, como fizera nos atentados de maio, a principal facção criminosa paulista tentou destruir também supermercados e lojas de automóveis. Pelo menos 24 carros e sete motos foram incendiados em seis revendedoras de veículos novos e usados em São Caetano do Sul, no ABC paulista; em Santa Isabel, na Grande São Paulo; e no bairro da Mooca, na Zona Leste da capital. Os crimes ocorreram entre 1h30m e 6h30m de ontem.

As ações na Mooca e em Santa Isabel são atribuídas à quadrilha e a polícia não descarta a hipótese de o incêndio em São Caetano também ter sido provocado por membros da facção. Um homem foi preso em flagrante após ter incendiado cinco carros na Mooca.

Dois supermercados no Centro foram atacados de madrugada por um bando que pouco antes atirara contra uma base da Polícia Militar. A quadrilha colou quatro cartazes com a frase ¿Contra a opressão carcerária¿ nas lojas, depois de efetuar disparos e jogar coquetéis molotov nos estabelecimentos comerciais. Ninguém ficou ferido.

Marcas de tiros e coquetéis molotov

Ocupantes de um Gol atiraram contra uma loja do Pão de Açúcar na Rua Maria Antônia, a duas quadras da base da PM. Os vidros do supermercado tinham seis marcas de tiros, manchas provocadas pela queima do coquetel molotov e dois cartazes afixados. Outros dois cartazes foram colados no supermercado CompreBem, em Bela Vista, que teve o vidro quebrado por um coquetel molotov.

Segundo a Secretaria de Segurança, 41 ônibus foram incendiados. Até as 20h de ontem, 15 coletivos foram incendiados na capital e dois foram alvejados por tiros de metralhadora. A Zona Norte foi a mais atingida. Dezesseis ônibus foram queimados na Baixada Santista.

Pelo menos 12 agências bancárias foram atacadas na capital, na Grande São Paulo, no litoral e no interior. Apenas em São Paulo, quatro agências foram alvos de bombas caseiras e uma delas, na Mooca, ficou com a entrada destruída. Bandidos também atiraram bombas em caixas eletrônicos em Santa Cecília, no Centro, e em Sapopemba, na Zona Leste, onde a guarita do vigia foi alvejada por tiros de pistolas calibre 45. O vigia não ficou ferido porque o vidro era blindado. Houve ataques na Praça da Sé, Pinheiros e em Santo Amaro.

Três bancos foram metralhados em Osasco e um foi alvo de bomba e pegou fogo em Mauá. Houve ataques a agências bancárias em São Vicente, Santos e Guarujá, no litoral, e em Taubaté e Indaiatuba, no interior.