Título: DÓLAR FECHA A R$2,201, MÁXIMA DO DIA
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 13/07/2006, Economia, p. 24

Alta da moeda foi de 0,73%. Investidores começam a voltar para Bovespa

O déficit comercial americano abaixo do previsto ¿ ficou em US$63,8 bilhões em maio, ante projeções dos analistas de cerca de US$65 bilhões ¿ deu fôlego à moeda americana. Ontem, o dólar avançou frente às principais moedas globais: o euro caiu 0,56% e o iene recuou mais de 1% em relação à moeda americana.

No Brasil, o dia foi de forte volatilidade nos mercados financeiros. A compra de divisas pelo Banco Central (BC), a R$2,189, ajudou a manter a cotação da moeda pressionada. O dólar fechou em alta de 0,73%, cotado a R$2,201, na máxima do dia. As operações acompanharam as do mercado internacional, que serviu como referência para os investidores.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) oscilou bastante durante o dia: chegou a subir 0,49% pela manhã, para encerrar o pregão em queda de 0,94%, acompanhando os pregões americanos. Ontem, a bolsa eletrônica Nasdaq recuou 1,81% e o índice Dow Jones, 1,09%. A queda nos estoques de petróleo nos Estados Unidos e resultados negativos de empresas deram o tom de baixa nos negócios.

¿ O mercado perdeu liquidez nos últimos dias. Diante da ainda tímida presença dos investidores estrangeiros no Brasil, tem buscado referência para os negócios nos Estados Unidos. Ou, como ontem, também encontrado motivos como os atentados na Índia e o aumento da tensão no Oriente Médio para justificar as operações, que aconteceram num clima de maior cautela ¿ avalia o economista Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management.

Saída estrangeira na Bolsa é de R$51,8 milhões em julho

O saldo de investimento estrangeiro na Bovespa ¿ que ficou negativo em R$2,26 bilhões em junho, um recorde para a Bolsa ¿ começa a mostrar reação em julho. Segundo analistas, os investidores estão voltando ao mercado pouco a pouco. Dados preliminares da Bovespa mostram que, em julho, até o dia 7, o balanço está negativo em R$51,88 milhões.

Segundo analistas, os estrangeiros aguardam a divulgação de indicadores econômicos americanos para definir suas operações em mercados emergentes. Hoje, saem dados do desemprego e, amanhã, as vendas no varejo. Na semana que vem, será conhecida a ata da reunião do banco central americano, o Federal Reserve (Fed).

No mercado internacional, o risco-Brasil avançou 2,07%, para 246 pontos centesimais. Já o Global 40, título mais negociado da dívida externa brasileira, recuou 0,44%, para 125,5% do valor de face.