Título: EMPRESÁRIOS PEDEM A MANTEGA MELHORIAS NO RIO
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 13/07/2006, Economia, p. 25

Na agenda, construção de arco rodoviário, segurança, menos impostos e combate à pirataria

A pouco menos de seis meses do fim do governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convidou empresários fluminenses para ouvir suas reivindicações, ontem, no Rio, arregimentados pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. Mesmo convite foi aceito por empresários paulistas recentemente. Executivos como Roger Agnelli, presidente da Vale do Rio do Doce; Roberto Kauffman, presidente do Sindicato da Construção Civil; Lauro Cotta, diretor-presidente da SHV Gás Brasil, a maior distribuidora de GLP do Rio; Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), entre outros, aceitaram o convite e repetiram reivindicações do setor produtivo.

Pleitos em relação à ampliação do Refis, programa de recuperação fiscal do governo federal, melhoria da segurança, construção do arco rodoviário do Rio, mudanças na legislação da construção civil e combate à pirataria foram reiterados. Mas, segundo o ministro, sempre há aperfeiçoamentos a fazer, como na construção civil:

¿ Nessa área, temos um diálogo intenso com o empresariado, para dar condições de expandir ainda mais o crédito. Ouvi aqui a sugestão de se permitir o financiamento habitacional diretamente para a construtora. Atualmente, somente o comprador é financiado. O governo é contínuo, não se encerra num mandato, é um legado que deixaremos.

Outro ponto que o ministro da Fazenda chamou a atenção foi o pedido para as alfândegas funcionarem 24 horas:

¿ Há fluxo permanente de mercadorias, seria importante manter a aduana funcionando ¿ disse Gouvêa Vieira.

Ministro: a Copa deve ter afetado a produção em junho

Mantega, num primeiro momento, considerou incompatível duas reivindicações dos empresários: redução de tributos e equilíbrio fiscal. Depois, amenizou:

¿ Isso pode até ser possível, com a economia crescendo e a arrecadação também.

O ministro ressaltou a expansão da produção industrial do país em maio, de 1,6% frente a abril, mas disse que ¿não ousaria mudar a projeção do governo de crescimento da economia entre 4% e 4,5%¿.

¿ Com a Copa, houve menos dias úteis e isso deve afetar a produção em junho.

Mantega evitou falar sobre a taxa de juros Selic, hoje em 15,25% ao ano, mas garantiu que o pacote cambial sai este mês.