Título: ANAC GARANTE ROTAS DA EMPRESA
Autor: Geralda Doca e Erica Ribeiro
Fonte: O Globo, 14/07/2006, Economia, p. 31
Presidente da agência diz que aguarda decisão de juiz
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse ontem, no Rio, que não há risco de a Varig perder a concessão das linhas das quais cancelou vôos, mesmo depois de 30 dias sem operar essas rotas ¿ limite do prazo para a retomada pelo governo.
¿ A Varig está sob decisão judicial desde 11 de maio, que foi a que preparou o primeiro leilão. Portanto, até o juiz autorizar a venda ou tomar qualquer outra decisão sobre a Varig, nós estamos sob esta decisão judicial.
Segundo Zuanazzi, as companhias aéreas estão endossando os bilhetes dos passageiros da Varig, obedecendo ao plano de emergência que começou em 21 de junho e foi prorrogado até o dia 19 de julho, data do novo leilão da companhia aérea. Pelas contas da agência, cerca de 40% dos vôos da Varig estão cancelados. Perguntado se o plano de emergência poderia se estender por até três meses, o presidente da Anac disse que teoricamente sim, mas que não acredita nessa hipótese:
¿ Espera-se que na semana que vem tenhamos uma solução.
Sobre os questionamentos do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) referentes à origem do dinheiro que a Volo Brasil usou para comprar a VarigLog ¿ grupo que deve apresentar proposta pela Varig no leilão ¿ Zuanazzi disse que não cabe à Anac analisar a questão. A Volo foi criada pelo fundo americano Matlin Patterson.
¿ Nunca na história da aviação civil brasileira uma transferência foi tão profundamente analisada sob a égide da lei. Estamos tranqüilos de que a lei foi seguida à risca. A VarigLog é uma empresa brasileira, os dirigentes são brasileiros natos e 80% do capital são nacionais. O dinheiro estrangeiro que entrou foi em forma de investimento ¿ afirmou Zuanazzi.