Título: EM TODA CLASSE HÁ MAUS PROFISSIONAIS. A OAB TEM SIDO DURA E ENÉRGICA¿
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Fonte: O Globo, 15/07/2006, O País, p. 13

Defensores da categoria, advogados ouvidos pelo GLOBO consideram ainda insignificante o percentual de profissionais envolvidos com a criminalidade e aprovam a atuação da OAB ao punir maus profissionais . Na avaliação do presidente da Associação dos Advogados do Estado de São Paulo, Ademar Gomes, há uma campanha para macular a imagem da profissão. Segundo ele, o percentual de políticos envolvidos com o crime é muito maior.

¿ Em toda classe existem maus profissionais. A OAB tem sido dura e enérgica e tem procurado punir aqueles que passaram para o lado de lá. A OAB não protege ninguém. As pessoas que foram expulsas tiveram amplo direito de defesa. E a OAB está de parabéns por isso ¿ afirmou.

Para o advogado criminalista Luiz Guilherme Vieira, os profissionais que se envolvem com facções criminosas são ¿pseudo-advogados¿. Ele afirmou que o conselho de ética da OAB age com transparência. Luiz Guilherme defende a revista eletrônica de advogados, desde que se estenda para todos as pessoas que tenham acesso aos presos, incluindo juízes, promotores, defensores e parentes de presos.

¿ Nenhum advogado, que possa ser chamado assim, deve se sentir vexado de passar pela revista eletrônica. Todos os tribunais hoje têm esse sistema. Agora, não transformemos o envolvimento desses profissionais com o crime em uma tentativa de criminalizar a advogacia. Essas pessoas não são advogadas. São co-autoras de crimes ¿ afirmou.

O advogado Fernando Fragoso afirma que a OAB tem obedecido o código de ética que regula a atividade profissional. Ele lembra que a apuração dos crimes competem à polícia e ao Ministério Público.

¿ Maus profissionais há em todos os segmentos. há juízes acusados de crimes, assim como promotores de justiça e profissionais de todas as atividades profissionais.

Apesar de afirmar não ser contrário a que advogados se submetam a detectores de metais nos presídios, Fernando Fragoso ressaltou ainda que a revista feita no preso, depois do contato com advogados ou qualquer outro visitante, é suficiente para evitar a entrada de celulares ou armas.

¿ Se há desleixo ou corrupção no sistema penitenciário para evitar a revista no preso, ou se tóxicos e celulares chegam aos detentos, provavelmente se deve à falta de revista após visitação ¿ afirmou.